LÚCIO RIBEIRO
Editor interino da Ilustrada

Não é viagem afirmar que Hollywood já elevou as produções teens a uma categoria própria, independente. Assim como existem comédia, drama, aventura, musical, há também o gênero "teen", que, não demora muito, deve ganhar seção especial nas videolocadoras americanas.
Extensão da febre dos seriados de TV, esse levante de filmes adolescentes que tem se matriculado no top 10 das bilheterias nos últimos anos é dourado caminho mercadológico para gravadoras "venderem" suas bandas, grifes emplacarem suas roupas etc.
E o tal "estilo" já começa a ficar abusado, como é o caso deste bacana "Segundas Intenções" ("Cruel Intentions"), que estréia hoje por aqui.
Ultrapassando as fronteiras da temática "college", da procura de identidade perdida da geração MTV, dos filmes de terror, "Segundas Intenções" vai buscar sua história em um clássico de 200 anos atrás.
Com a estrela Sarah Michelle Gellar (a Buffy, que caça vampiros na TV) e as apostas Ryan Phillippe e Reese Witherspoon no elenco, "Segundas Intenções" é versão moderna de "Les Liaisons Dangereuses", romance epistolar do escritor francês Pierre Choderlos de Laclos, que já rendeu às telas, entre outros, "Ligações Perigosas", de Stephen Frears (1988).
Para quem escreveu roteiros "profundos" como "Débi & Loide" e "Esses Loucos Reis do Boliche", o diretor Roger Kumble até que se dá bem em sua estréia com a câmera, ao colocar na Nova York de hoje um bando de belos garotos encarnando uma história rica em egoísmo, moral abalada e tensão sexual, desenvolvida para adultos aristocratas franceses de 1700 e tanto.

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