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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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Batom, brilho e pancada

Divulgação
A partir da esq., Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu em cena de motocross da qual participa o ator brasileiro Rodrigo Santoro



Para as atrizes, "As Panteras Detonando" defende a imagem da "mulher forte, que ama a carreira e seus parceiros"


SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

Elas querem arrastar os espectadores para o cinema. Aos milhares, para (re)compensar os US$ 120 milhões investidos na produção de "As Panteras Detonando", que estréia hoje em 300 das 1.600 salas brasileiras.
Depois, pretendem que "[o espectador] saia do filme, pegue seu carro, dirija rápido até uma festa, encontre a pessoa de quem está a fim e a beije".
Quem projeta a "reação ideal" do público é a atriz Drew Barrymore, vista na tela como a pantera Dylan Sanders (a que sempre se apaixona pelo homem errado) e nos créditos como produtora do longa (em sua persona jurídica Flower Films).
E por que Barrymore quer que tudo termine num beijo? "Porque [isso demonstraria que] o público se impregnou do entusiasmo e da energia do filme."
Enquanto atuam como "As Panteras Detonando", Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu vão de uma ponta à outra do globo, para recuperar um segredo -o arquivo com as verdadeiras identidades de testemunhas que trocaram de nome sob a proteção do FBI- e solucionar um mistério -quem e por que tenta roubar a informação.
No fio dessa meada surge o vilão Randy Emmers, interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro, e a antagonista Madison Lee, com a qual Demi Moore volta a exibir suas formas em Hollywood, depois de um hiato que durou anos.
Além de fazer o bem vencer o mal -não sem muitas cenas de luta, em que dispensam as armas de fogo- as moças encontram tempo para acertar a relação com ex e atuais parceiros, organizar uma mudança de apartamento e se divertir em festas.
As atrizes dizem achar que se insinua nessa vida plural a mensagem do longa -uma releitura do seriado de TV nos anos 70.
Declarações sobre o que consideram "orgulho feminino" não faltaram na entrevista. "Nas últimas décadas, as mulheres encontraram seu lugar. Não estamos ditando nenhuma regra, mas mostramos que as mulheres são fortes, amam sua carreira e seus parceiros. Tenho orgulho de estar neste filme por isso", disse Cameron Diaz, na Cidade do México, no mês passado, onde as panteras promoveram o filme diante da imprensa da América Latina.
O diretor McG abusa de referências pop e trocadilhos. Cita trilhas e cenas de filmes como "Flashdance", em que a protagonista se chama Alex, assim como a personagem de Lucy Liu.
A estréia de "As Panteras Detonando" nos Estados Unidos, há duas semanas, decepcionou. A bilheteria ficou em US$ 37,6 milhões. O primeiro filme da série havia estreado com US$ 40,1 milhões, e a expectativa dos produtores era superar essa marca.
A crítica tampouco se entusiasmou. "Assistir a "As Panteras Detonando" é como se ver preso dentro de uma máquina de pinball operada por um garoto de seis anos. Barulho e movimento ocupam todos os 105 minutos do filme e não há um só momento coerente ou idéia imaginativa nesse caos", escreveu Kirk Honeycutt na "Hollywood Reporter".
Como quase sempre ocorre com as superproduções norte-americanas, "As Panteras Detonando" dependem da bilheteria obtida no exterior (ou seja, no resto do mundo) para garantir lucro.
Fora das fronteiras dos Estados Unidos, o filme fez o sucesso esperado -acumulou US$ 43,2 milhões, sendo exibido em quase 4.000 cinemas de 43 países.

A jornalista Silvana Arantes viajou a convite da Columbia, distribuidora de "As Panteras Detonando"


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