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BATOM, BRILHO E PANCADA
Rodrigo Santoro diz que seu trabalho no filme "é só mais um personagem, não um começo"
"Não é mais do que "Bicho de 7 Cabeças'"
DA REPORTAGEM LOCAL
Randy Emmers, personagem
de Rodrigo Santoro, 27, em "As
Panteras Detonando" tem três cenas no filme -atende o telefone,
pratica surfe e motocross. Nas
três, surge sem camisa.
Investigando, as moças suspeitam que ele matou uma das vítimas e seguem sua pista. Mas outro vilão atravessará o caminho.
Emmers não diz palavra, mas
Drew Barrymore, Cameron Diaz
e Lucy Liu não economizam as
suas em elogios ao ator brasileiro.
Os adjetivos: "caloroso", "talentoso", "divertido", "[presença] impressionante". A seguir, a vez de
Santoro falar.
(SILVANA ARANTES)
Folha - Não teme repetir nos EUA
o percurso que fez aqui -firmar-se
como galã, para só depois ser reconhecido como ator de talento?
Rodrigo Santoro - Sei que, de
uma forma ou de outra, estou me
introduzindo num outro mercado, mas não enxergo dessa forma.
Para mim, é mais um personagem, não um começo. Criaram
[no Brasil] uma expectativa gigantesca sobre minha participação em "As Panteras". Agora fazem polêmica sobre minha fala
ter sido cortada.
Num filme de ação, milhares de
sequências podem ser cortadas.
Neste, a sequência do surfe estava
longa. Uma prancha quebrava e
se explicava o porquê. O que eu
falava era totalmente irrelevante
para a história. O personagem
não foi diminuído. O que li [no
roteiro], o que concordei em fazer
é exatamente o que está na tela.
Folha - O personagem é seu cartão-de-visitas em Hollywood?
Santoro - Não. Foi bacana ter tido essa experiência, mas olho para isso e vejo que "As Panteras"
não é mais importante do que
"Bicho de Sete Cabeças" [de Laís
Bodanzky] ou "Abril Despedaçado" [de Walter Salles], muito pelo
contrário. O que aconteceu lá fora
é fruto de um trabalho feito aqui.
Não estou planejando [carreira
internacional]. Quero é ter novas
experiências, evoluir, aprender.
Folha - Quer dizer que você não
tem um planejamento de carreira?
Santoro - De jeito nenhum. Trabalho há nove anos e já vi quanto
o olhar da crítica e do público fogem ao nosso controle. Tenho
meus desejos, mas idealizo. Vou
atrás dos projetos que estou a fim
de fazer, como no caso de "Carandiru" [de Hector Babenco]. Acabei fazendo um personagem interessantíssimo [o travesti Lady Di].
Folha - Há chance de fazer na TV
personagem tão fora do padrão?
Santoro - É difícil, principalmente trabalhando com novela,
que é outra abordagem.
Folha - E lhe agrada?
Santoro - Sim, me agrada. Encaro como uma reciclagem.
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