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CRÍTICA
Não é um longa, mas uma coleção de curtas sem unidade
SÉRGIO DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL
"As Panteras Detonando" não é um longa, mas
uma sucessão de curtas em que
uns não têm muito a ver com os
outros. Assim, poderia ter cinco
sequências a mais ou cinco a menos que não comprometeriam o
roteiro, simplesmente porque
não há roteiro.
Neste sentido e nas referências
engraçadinhas a outros filmes,
lembra outra cinessérie, "Austin
Powers", embora lá as piadas e a
escatologia sejam privilegiadas,
aqui dão lugar à ação e closes nas
bundas do trio central, Cameron
Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu,
a gostosa, a gordinha e a exótica.
Na tentativa de história, o trio
de agentes contratadas por Charlie (voz de John Forsythe) agora se
vê às voltas com um plano do mal
orquestrado por uma ex-pantera
(Demi Moore, em uma tentativa
de volta ao cinema aos 40 anos,
com tudo em cima), que envolve
um ex-namorado irlandês de
Dylan (Barrymore).
Se há alguma unidade no filme,
ela atende pelo nome de Cameron
Diaz. A cada bobagem como "As
Panteras", a atriz se firma mais
como a Marilyn Monroe de nosso
tempo, imbatível em comédias ligeiras, com seu jeito bobo e sacana ao mesmo tempo. Claro que
aquele corpão ajuda.
"As Panteras 2" é na verdade vítima de seu próprio sucesso.
Drew Barrymore é hoje uma das
produtoras mais poderosas de
Hollywood, Cameron Diaz, o
maior salário feminino, ambas
podem quase tudo no set. Quem
vai dizer não às duas ou discutir
que seria melhor fazer tudo diferente, com mais coerência?
Rodrigo Santoro? "Interpreta" o
vilão Emmers, na verdade uma
ponta da ponta cujas falas foram
cortadas e na qual passa dois dos
três minutos de aparição sem camisa. Não foi desta vez que o cinema nacional mostrou toda a sua
glória aos gringos.
As Panteras Detonando
Charlie's Angels - Full Throttle
Produção: EUA, 2003
Direção: McG
Com: Cameron Diaz, Demi Moore
Quando: a partir de hoje, nos cines
Cinearte, Ibirapuera e circuito
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