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ESPECIAL
Série traça histórico do futebol entre latinos
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Onde quer que você esteja na
América Latina, é quase certo que
vai haver uma partida de futebol
sendo disputada." Esta frase, em
uma narração em off sobre uma
imagem do Pão de Açúcar visto
de uma favela carioca, abre o primeiro episódio da série "Os Campeões do Mundo", que o History
Channel exibe a partir de hoje.
A abertura já prenuncia a tese
que será defendida (de resto, bastante clichê): latino-americanos
são apaixonados por futebol e o
esporte encontra aqui sua melhor
escola. A série passa então a uma
investigação, mais sociológica do
que histórica, sobre como o esporte criou raízes tão profundas
no continente.
O problema mais gritante nem é
a tentativa de chegar à explicação
via estereótipos (a herança cultural mista dos latinos, a ginga, o
molejo etc.), mas o fato de que a
generalização elimina qualquer
chance de entender por que o esporte alcançou um nível no Brasil,
na Argentina e, em seu início, no
Uruguai, e outro, bem inferior,
nos demais países da região.
À parte essa visão etnocêntrica
-personificada na figura de sir
Bobby Charlton, capitão da Inglaterra campeã de 1966 e, aqui, no
papel de "analista" estrangeiro-,
a série tem bons momentos, como quando remonta uma partida
de tlachtli, jogo com pelota que os
astecas praticavam na América
pré-colombiana e que estariam na
origem do esporte entre nós.
Outro momento interessante,
infelizmente curto, é quando a relação entre mídia e futebol é analisada -a série defende a polêmica
tese de que o tratamento que parte da imprensa dispensa ao futebol não é exatamente jornalístico.
Na seqüência do primeiro episódio, "As Origens", será exibido
o segundo, sobre a Argentina, a
partir das 22h. Os próximos quatro capítulos (exibidos sempre em
dupla, às segundas) destacam jogadores e histórias de Uruguai,
Brasil, Colômbia e México.
Os Campeões do Mundo
Quando: hoje, às 21h, no History Channel
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