São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Crítica

Marilyn e Yves Montand ainda flutuam na tela

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Em "Adorável Pecadora" (Telecine Cult, 14h05), um milionário (Yves Montand) precisa conquistar uma artista (Marilyn Monroe), mas quer ser acolhido pelo que é e não pelo dinheiro que tem.
Teoricamente, isso seria fácil para Yves Montand, na época um galã de primeira. Mas se chegasse logo com seu talão de cheques, qual seria a graça? Perderia-se o flerte, a cantada. Seríamos privados das inúmeras ocasiões em que Montand, fazendo-se de artista, deixa Marilyn com aquela boca ligeiramente aberta que deixava simplesmente todo mundo com a boca toda aberta.
E assim, George Cukor vai levando a comédia e o musical com uma leveza quase sem fim. O filme parece flutuar, de tão leve e sutil.
Bem diferente, nesse sentido, de "Os Desajustados" (mesmo canal, 16h15), dirigido por John Huston, que segue uma direção diametralmente oposta: tudo é drama, tudo é seriedade.
A "Pecadora" envelheceu muito melhor.


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