São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2008 |
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Crítica/39º Festival de Campos do Jordão "Os Sete Pecados Capitais", de Weill, ganha montagem cinematográfica
ARTHUR NESTROVSKI
Não dá nem para começar a desenredar as
ambiguidades de comemorar a Revolução Constitucionalista de 1932 com uma
encenação de "Os Sete Pecados
Capitais", composta um ano
depois por Kurt Weill (1900-50), com libreto de Brecht
(1898-1956). Elas só se multiplicavam anteontem no Auditório Claudio Santoro lotado
-inclusive corredores e escadarias, onde se apertavam alunos desse 39º Festival de Campos do Jordão.
Que a situação parecia brechtiana é algo que o próprio dramaturgo teria apreciado. Como
teria apreciado as artes da soprano alemã Gun-Brit Barkmin
não apenas no "balé cantado"
de 1933, mas também nas cinco
canções que ela apresentou na
primeira parte, acompanhada
sem muito charme pelo holandês John Snijders, mas esbanjando charme para compensar.
Dois anos atrás, Barkmin já
tinha colaborado em montagens da peça pela Ópera de
Lyon, regidas pelo mesmo Roberto Minczuk, diretor artístico do Festival. E, no mês passado, cantou de novo com Minczuk, nessa produção dirigida
por Carla Camurati no Teatro
Municipal do Rio de Janeiro
-circunstância que rendeu
uma parceria com a bailarina
Ana Botafogo e seus dois "partners", Douglas Ravadielli e Pedro Cassiano.
É uma estranha peça, mistura de ópera, teatro épico brechtiano e dança, satirizando as
"virtudes" de uma bem-sucedida vida nas cidades da América
moderna. A coreografia original foi criação de Balanchine;
não a dançada aqui, de autoria
não declarada.
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