São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2008

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Crítica

"Caminhos Perigosos" mostra Scorsese livre

CRÍTICO DA FOLHA

Ninguém dava muita bola para Martin Scorsese quando fez "Caminhos Perigosos" (TCM, 22h, classificação indicativa não informada), em 1973. De resto, ninguém dava mais atenção a Robert de Niro ou a Harvey Keitel, hoje estrelas, do que a David Proval, o terceiro protagonista do filme.
Toda essa gente estava começando a carreira e a história dos amigos de Nova York, de Little Italy, mais precisamente, cuja grande ambição é ser um gângster. Essa é a ambição de Harvey Keitel, o amigo mais astuto, o cérebro que comanda ou tenta comandar Johnny Boy (De Niro).
Para Scorsese, o que importa mostrar no gangsterismo, desde então (e cada vez menos), é seu cotidiano, a boçalidade, a insignificância dessas pessoas. É impossível para elas ter grandeza, e quanto mais tentam, mais se revela a mixaria.
O que esse filme de começo de carreira tinha, além da pequena produção, era uma liberdade que hoje Scorsese perdeu. Afinal, certo está Eric Rohmer: o sucesso pode ser uma engrenagem terrível.
(INÁCIO ARAUJO)



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