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Política marcou carreira de arquiteto
DA REPORTAGEM LOCAL
A mostra sobre Vilanova Artigas faz uma homenagem, ao menos do lado expositivo, que valoriza suas obras, mas omite outra
faceta tão importante quanto seu
trabalho: sua militância política e
pedagógica.
A omissão é proposital. "Aqui
queremos mostrar a sua produção como artista", diz Ricardo
Ohtake. Mas há uma frase na exposição que resume a sua forma
de atuação: "O que fazer? Esperar
por uma nova sociedade e continuar fazendo o que fazemos, ou
abandonar os misteres de arquiteto (...) e nos lançarmos na luta
revolucionária completamente?
Nenhum dos dois unicamente".
Essa faceta, no entanto, ganha
mais visibilidade no livro e no
DVD lançados com a mostra, pois
é impossível contar a história de
Artigas sem se referir ao seu engajamento no Partido Comunista, o
que influenciou muitos de seus
alunos.
No livro a ser lançado, cabe à filha do arquiteto, Rosa Artigas, recuperar essa história. Ela narra de
forma detalhada toda a trajetória
do pai, seja do ponto vista político, seja do ponto de vista acadêmico, como a prisão do arquiteto
pelo regime militar, em 1964, e seu
afastamento da USP, em 1969. É
no vídeo, no entanto, que o papel
de educador ganha destaque, com
os testemunhos de ex-alunos e colaboradores, como Ruy Ohtake e
Paulo Mendes da Rocha, ou do
companheiro do "partidão", Oscar Niemeyer.
(FCY)
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