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CRÍTICA SUSPENSE
"Vestida para Matar" mostra como De Palma fala com imagens
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Consta que John Ford, ao
filmar, era capaz de jogar fora páginas e páginas de um
roteiro e substituí-las por alguns gestos, alguns objetos,
uma luz específica. A imagem é o fundamento do cinema, mesmo no sonoro.
Mas nem todos sabem falar com imagens. Mais raros
sabem falar tão bem quanto
Brian de Palma.
Quem duvidar que veja,
hoje, em "Vestida para Matar" (TCM, 22h, 14 anos), a
parte de Angie Dickinson
quando vai ao museu, tem
um encontro amoroso, faz
uma descoberta terrível sobre o amante e é morta num
elevador. Tudo ali é imagem.
Não é tão diferente, à parte a algazarra, do início do
terror "Carrie, a Estranha"
(TCM, 23h35, 18 anos), quando o sangue escorre pelo corpo de Sissy Spacek, ou de
seus finais.
Pode-se conferir as mesmas virtudes em "Operação
França" (TC Cult, 0h05, 12
anos), de Friedkin, e, talvez,
em "Fale com Ela" (TC Cult,
22h, 18 anos), de Almodóvar.
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