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"Homem Branco" se perde no deserto americano
da Reportagem Local
A Taanteatro Cia., de Maura
Baiocchi e Wolfgang Pannek, é caso à parte. Suas peças, em salas fora
do circuito, são bem realizadas,
com intenso cuidado na criação e
acabamento. O desenvolvimento
dos textos e o estudo da ação física
apontam caminhos únicos.
E seus temas causam estranheza,
pela singularidade. A companhia
busca pontes, mas é quase como se
não fizesse parte do teatro paulistano, ou brasileiro. Em "Homem
Branco e Cara Vermelha" a estranheza está de volta.
É um belo texto teatral do judeu
húngaro, que viveu anos nos EUA,
George Tabori. Fala de um judeu e
sua filha, perdidos num deserto
americano, e do contato que travam com um "cara vermelha" em
crise de identidade. Com humor
nada preconceituoso, duas minorias contrapõem as suas mazelas,
numa crueza espantosa.
É como se cavassem camada por
camada toda a autocomiseração,
até encontrar o maior, o verdadeiro derrotado. Há muito do chamado "teatro do absurdo" na placidez
contraposta a um humor seco. O
texto sugere tal caminho, a montagem o persegue, e o resultado é como que um espetáculo -não texto- estrangeiro.
²
Clownesco
"Homem Branco" tem uma
atuação soberba, atlética, clownesca, de Linneu Dias. Mas é tão distante dos derrotados e das minorias daqui que não se consegue penetrar na peça por emoção, mas
apenas por raciocínio, por fria
compreensão.
(NS)
²
Peça: Homem Branco e Cara Vermelha
Quando: sexta e sábado, às 21h; domingo,
às 20h
Onde: Instituto Goethe (r. Lisboa, 974, tel.
011/280-4288)
Quanto: R$ 20
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