São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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Branco Mello, dos Titãs, é operado

LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local

O cantor Joaquim Cláudio Correa de Mello Jr., o Branco Mello, 36, integrante dos Titãs, foi operado ontem, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar de um aneurisma de aorta, artéria que leva o sangue do coração aos outros órgãos do corpo.
Segundo o cardiologista do cantor, Roberto Kalil Filho, 39, a operação correu como o esperado e foi um sucesso.
No início da noite de ontem, Mello foi encaminhado à UTI para se recuperar. Hoje, às 12h, será divulgado um novo boletim médico informando quanto tempo o cantor levará na recuperação.
Mello descobriu o problema na semana passada ao fazer um exame de check-up de rotina.
O exame foi uma precaução, já que o grupo pretende iniciar uma grande turnê brasileira no próximo mês (leia abaixo).
O cardiologista constatou o problema por meio de exames cardiológicos e decidiu encaminhá-lo para a cirurgia. O cantor não sentia nenhuma dor. O médico observou um aumento no diâmetro da artéria aorta, que atingia cerca de 6 cm. O diâmetro normal dessa artéria é 3,5 cm, em média.
Risco de vida
Se o aneurisma não fosse constatado a tempo, a artéria poderia se romper e levar o cantor à morte em cerca de três minutos, já que a pressão sanguínea do coração nesse local é muito grande.
Essa é a pressão sanguínea máxima atingida no corpo humano, pois o coração precisa se contrair para mandar o sangue para todo o organismo. A contração dura um milésimo de segundo.
Por volta de 11h de ontem, foi iniciado o procedimento operatório, que necessitou de anestesia geral. Até esse início, os integrantes do grupo acompanhavam Mello no hospital.
Às 13h, foi iniciada a operação, realizada pelo cirurgião Fábio Jatene, filho de Adib Jatene, ex-ministro da Saúde dos governos Collor e FHC.
A operação durou o tempo esperado pelos médicos, que era em torno de seis horas.
O médico substituiu o pedaço da artéria que se dilatou (aneurisma), de cerca de 5 cm de comprimento, por uma prótese especial.
Ela é feita de plástico que não sofre reação de rejeição (incompatibilidade entre a prótese e o tecido da artéria).
A válvula aórtica (espécie de porta que regula o fluxo de saída de sangue do coração para a artéria aorta) também foi trocada e substituída por uma prótese metálica em posição aórtica (veja quadro abaixo).
"É um quadro delicado. A operação não foi um procedimento simples. Foi muito complicada, não é comum como a operação de ponte de safena", explicou o cardiologista Kalil.
Segundo ele, não há motivos externos para o aparecimento do problema no cantor.
"Mello tem provavelmente uma tendência ao enfraquecimento da parede da aorta", disse.



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