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Branco Mello, dos Titãs, é operado
LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local
O cantor Joaquim Cláudio Correa de Mello Jr., o Branco Mello,
36, integrante dos Titãs, foi operado ontem, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar de
um aneurisma de aorta, artéria
que leva o sangue do coração aos
outros órgãos do corpo.
Segundo o cardiologista do cantor, Roberto Kalil Filho, 39, a operação correu como o esperado e
foi um sucesso.
No início da noite de ontem,
Mello foi encaminhado à UTI para
se recuperar. Hoje, às 12h, será divulgado um novo boletim médico
informando quanto tempo o cantor levará na recuperação.
Mello descobriu o problema na
semana passada ao fazer um exame de check-up de rotina.
O exame foi uma precaução, já
que o grupo pretende iniciar uma
grande turnê brasileira no próximo mês (leia abaixo).
O cardiologista constatou o problema por meio de exames cardiológicos e decidiu encaminhá-lo
para a cirurgia. O cantor não sentia nenhuma dor. O médico observou um aumento no diâmetro da
artéria aorta, que atingia cerca de
6 cm. O diâmetro normal dessa artéria é 3,5 cm, em média.
Risco de vida
Se o aneurisma não fosse constatado a tempo, a artéria poderia se
romper e levar o cantor à morte
em cerca de três minutos, já que a
pressão sanguínea do coração nesse local é muito grande.
Essa é a pressão sanguínea máxima atingida no corpo humano,
pois o coração precisa se contrair
para mandar o sangue para todo o
organismo. A contração dura um
milésimo de segundo.
Por volta de 11h de ontem, foi
iniciado o procedimento operatório, que necessitou de anestesia
geral. Até esse início, os integrantes do grupo acompanhavam Mello no hospital.
Às 13h, foi iniciada a operação,
realizada pelo cirurgião Fábio Jatene, filho de Adib Jatene, ex-ministro da Saúde dos governos Collor e FHC.
A operação durou o tempo esperado pelos médicos, que era em
torno de seis horas.
O médico substituiu o pedaço da
artéria que se dilatou (aneurisma),
de cerca de 5 cm de comprimento,
por uma prótese especial.
Ela é feita de plástico que não sofre reação de rejeição (incompatibilidade entre a prótese e o tecido
da artéria).
A válvula aórtica (espécie de
porta que regula o fluxo de saída
de sangue do coração para a artéria aorta) também foi trocada e
substituída por uma prótese metálica em posição aórtica (veja quadro abaixo).
"É um quadro delicado. A operação não foi um procedimento
simples. Foi muito complicada,
não é comum como a operação de
ponte de safena", explicou o cardiologista Kalil.
Segundo ele, não há motivos externos para o aparecimento do
problema no cantor.
"Mello tem provavelmente uma
tendência ao enfraquecimento da
parede da aorta", disse.
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