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Louie Bellson revive o som de Ellington
especial para a Folha
Louie Bellson, 75, um dos maiores bateristas de jazz de todos os
tempos, vai comandar uma homenagem ao centenário do maestro e compositor Duke Ellington
(1899-1974), programada para as
últimas noites do Free Jazz 99 (dia
16, no Rio, e dia 17, em São Paulo).
Em entrevista à Folha, por telefone, da Califórnia (EUA), o veterano jazzista nem esperou a primeira pergunta para se declarar
"muito excitado" com sua primeira viagem à América do Sul.
Baterista da orquestra de Ellington por cerca de cinco anos, Bellson é um líder natural da Duke
Ellington Alumni -formada por
ex-colaboradores do maestro e
"band leader", como Jimmy
Woode (contrabaixo), Norris
Turney (sax alto), Buster Cooper,
Art Baron (trombones) e Clark
Terry (trompete).
"Participei de grandes orquestras, como as de Count Basie,
Benny Goodman e Harry James,
mas tocar com Duke Ellington foi
uma experiência especial", conta
Bellson. "Com ele, não toquei
apenas em salões de dança e teatros. Também tocávamos com orquestras sinfônicas."
O simpático baterista não esconde a emoção ao falar de seu
antigo parceiro. "Duke foi como
um segundo pai para mim.
Aprendi muito com ele, tanto sobre música e orquestração, como
a ser uma pessoa melhor."
Em meio a essas lições, uma foi
marcante. Bellson foi um dos raros músicos que tiveram a chance
de aprender com o próprio
Ellington como ele escrevia as vozes dos saxofones, trompetes e
trombones, que davam uma coloração particular às orquestrações.
"Até então só Billy Strayhorn
sabia esse segredo, mas, quando
me juntei à banda, eles o abriram
para mim. Foi uma honra ver
meus arranjos incluídos no repertório da Duke Ellington Orchestra", diz Bellson.
Esses arranjos, confirma o baterista, também estarão no repertório da Duke Ellington Alumni, ao
lado de vários clássicos do "songbook" ellingtoniano.
Não faltarão também, segundo
Bellson, peças menos populares
que resultaram da associação do
maestro com o compositor e arranjador Billy Strayhorn (autor
do lendário "Take the "A" Train",
tema da Ellington Orchestra).
Conhecido por sua grande habilidade em desenvolver longos
improvisos à bateria, sem que a
platéia perca o interesse, Bellson
costuma ser elogiado pelos críticos por jamais ser exibicionista.
"Se pedirem que eu faça um solo, tudo bem, mas sempre achei
que o papel de um grande baterista é, antes de tudo, fazer a orquestra suingar", diz.
(CC)
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