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FESTA
Rave urbana na Lapa recebe alemão Chris Liebing, que toca também em Belo Horizonte e no Rio
Circuito bota lenha em São Paulo
BRUNA MONTEIRO DE BARROS
DA REDAÇÃO
E hoje tem lenha na fogueira.
Para quem curte um "bate-estaca" básico, o feriado começa na
"rave urbana" Circuito, que os
jornalistas André Barcinski e Paulo César Martin -que comandam o programa "Garagem", da
rádio Brasil 2000- promovem
hoje em São Paulo.
A atração principal da noite é o
DJ alemão Chris Liebing, que pode ser identificado por aqui pelo
remix da música "One Night in
New York City", do The Horrorist, que vem sendo bem tocada
nas pistas das raves, especialmente nos sets do DJ Alex S..
Liebing afirma que toca tecno
caminhando entre minimal e um
hard tecno "saltitante". E o alemão também deve mostrar alguma de suas produções. "Comecei
a produzir há cinco anos, e as primeiras coisas eram mais house,
que eu lançava pelo selo Soap Records. Depois fiz um "orient tecno" pelo selo Harthouse", descreve Liebing. Quando decidiu produzir coisas mais pesadas, ele
criou o selo Audio. Hoje o DJ
mantém os selos CLR e Stigmata.
Liebing percebeu sua vocação
para DJ já na primeira vez que
saiu para dançar, com 15, 16 anos.
"Fiquei a noite toda perto do DJ e
ficava reclamando da música.
Não para os outros, mas para
mim mesmo. Estava sempre pensando "tocaria isso e aquilo antes
daquilo'", conta.
Hoje é um DJ que gosta de ficar
perto da pista: "Preciso receber o
"feedback" das pessoas para que
eu possa devolver isso a elas". E
prefere sets longos: "Tocar em
clubes é melhor do que em raves
no sentido de que posso fazer sets
de até oito horas".
Vindo da terra da Love Parade,
Liebing acredita que a Alemanha
tem a melhor cena de música eletrônica do mundo. "Temos muitos clubes pequenos, inclusive nas
cidades menores, e isso ajuda a
"subcultura" a se desenvolver melhor. E, claro, nós tivemos Kraftwerk nos anos 60."
E, quanto à histórica rixa entre
underground e mainstream, Liebing contemporiza: "O dinheiro
que financia o underground vem
do "overground" e, por outro lado,
o "overground" aproveita muitas
boas e novas idéias do underground. Eu acho que é uma boa
coexistência".
Liebing diz que não conhece o
som eletrônico do Brasil, mas
acredita que pode ter discos brasileiros em seu case e nem saiba.
Quanto às chances de não embarcar para o Brasil devido aos ataques terroristas nos EUA, o alemão afirma que não vai mudar de
planos: "Quais são as chances de
acontecer algo parecido com alguém? Então, se acontecer comigo, é uma tremenda falta de sorte.
Não vou parar minha turnê".
Sorte dos lenheiros nacionais,
que poderão ver Liebing em São
Paulo, Belo Horizonte e Rio.
E, em São Paulo, a festa Circuito
de hoje promete, já que o alemão
divide os pick-ups com nossos
"reis do bate-estaca" Camilo Rocha, Renato Cohen, Anderson
Noise, Alex S. e Murphy.
E, no jardim externo da antiga
estação ferroviária da Lapa, uma
pista extra foi montada para receber DJs fazendo sets que não são
seus sons tradicionais. Entre
breakbeat, eletro, tecno de Detroit
e outras cositas mais, comandam
as bolachas Ana & David, Mystical, Alex Muller, Mental Giu,
Black Power e Camilo Rocha.
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