São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002 |
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MÚSICA/LANÇAMENTOS "ODEON 100 ANOS" Em 45 volumes, série recupera clássicos e obscuridades EMI se rende ao fetiche em coleção repleta de relíquias
DA REPORTAGEM LOCAL
Instrumentais - O samba-jazz é
agraciado em espectro que vai do
quase erudito em Luiz Eça e Astor
ao quase iê-iê-iê em Walter Wanderley. Na tangente, o Quarteto
Novo (Hermeto Pascoal, Airto
Moreira, Théo de Barros e Heraldo do Monte) alçava vôo próprio
em 67, enquanto acompanhava
Geraldo Vandré nos festivais.
Vandré, em si, ficou de fora. Donato em dois tempos - Se "Chá
Dançante" (56) flagra um João
Donato jovem, iniciante e convencional -tocando acordeom-, o fenomenal "Quem É
Quem" (73) apanha-o no início
da borbulhante fase afro-MPB. Adolfo e Beth - O samba-jazz de
Antonio Adolfo ganhava adição
vocal em 67, com a transformação
de seu Trio 3D em Conjunto 3D.
A crooner era a futura sambista
militante Beth Carvalho, então
pródiga em vocais suaves. Elza e Wilson - Das duas reedições de Elza Soares, uma é do histórico disco em parceria com o
baterista Wilson das Neves, de 68.
É só ouvir sua versão para "Deixa
Isso pra Lá" (sucesso com Jair Rodrigues) para sentir o espanto. Doris Monteiro - A voz de veludo
molhado da grande cantora é
honrada em disco de 70, em que
abandona a exclusividade da bossa e embarca em riquíssimas
nuanças MPB e samba-rock. Tim, Tornado e Noriel - "A Onda
É Boogaloo" (69), do jovem-guardista Eduardo Araujo, foi uma
das primeiras vitrines para Tim
Maia, produtor e autor de versões
do disco. A inconstância de Toni
Tornado aparece em dois nem
sempre certeiros LPs; mas o primeiro traz o clássico de festival
"BR3", e o segundo, o funkaço
"Podes Crer, Amizade". Já Noriel
Vilela, cantor do standard samba-rock "16 Toneladas", fez em 69
pela Odeon um LP umbandista,
forrado de vozeirão e temas-tabu. "Irmãos Coragem" - Cesar Camargo Mariano comanda o Som
Três no "LP do Tobogã" (70), sem
Simonal (que o trio acompanhava) e com a versão instrumental
do tema épico de novela "Irmãos
Coragem". Nonato Buzar, outro
ideólogo de Simonal, aparece no
esdrúxulo "O País Tropical Via
Paris" (75). O próprio Simonal,
revelado pela Odeon, fica fora. |
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