São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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TELEVISÃO

Com o fim do contrato com a Band, cantora poderá assumir papel em "América", novo trabalho de Glória Perez

Preta Gil decide se será funkeira em novela

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

É o papel de cantora de funk da Baixada Fluminense que espera Preta Gil na próxima novela das oito da Globo, "América", de Glória Perez. A substituta de "Senhora do Destino" entra no ar no mês de março, justamente quando vence o contrato da filha do ministro da Cultura como apresentadora da Bandeirantes.
Fora a óbvia tentação de atuar no horário de maior audiência da TV, apesar de sua pouca experiência no ramo, há outro atrativo no convite global: Preta poderá incluir uma música de seu próximo CD na trilha da novela e aproveitar o personagem para "turbinar" a carreira de cantora. "Isso tudo é real e muito tentador. O convite me deixou em ebulição e aflição. Quem não quer fazer uma novela da Glória Perez?", afirma.
A resposta, diz, só virá no fim deste ano ou início do próximo. Mas ela, que começou na TV com um papel secundário em "Agora É que São Elas" (Globo), dá outra pista de que o "sim" é mais provável do que o "não". "Estudei para ser atriz e cantora. Já a idéia de ser apresentadora, a princípio, não era minha, foi despertada em mim pela Marlene [Mattos, diretora artística da Band]."
Preta afirma estar bem na Band e tranqüila com o fato de a direção da emissora ter passado a fazer cortes em seu "Caixa Preta" e controlado seu linguajar. Levada à TV por Marlene, ela não é mais a "paquita rebelde" da estréia, há menos de quatro meses. "Enquadrada", evita palavrões e histórias muito picantes.
"Estou mais consciente do que significa ter programa numa TV aberta. Existia todo um romantismo de que pudesse ser totalmente eu mesma, falar minhas bobagens, palavrão. Tenho de me adequar à Band e me autocensurar sim, porque devo respeito ao telespectador e às regras do canal."
Coincidência ou não, o começo escrachado -no qual chegou a contar que tentou "ficar" com a modelo Mariana Weickert- rendeu cinco pontos de média no Ibope, e a seqüência "comportada" caiu para algo entre dois e três (cada ponto equivale a 49,5 mil domicílios na Grande SP), abaixo das expectativas da rede.
Preta diz não ver relação entre sua mudança de comportamento e a audiência. "Na estréia, existe um público maior que assiste, e quem gosta passa a ver sempre. Pode parecer pouco, mas subimos 0,2 ou 0,3 por semana, o que em TV é muito. O "Caixa Preta" [no ar aos sábados, às 22h] está pegando. O Fausto [Silva] e o Luciano Huck na Band davam média de 1,5."
A direção da Band corta o que considera "excessivo, over". "Se fosse numa emissora fechada ou numa MTV da vida, talvez pudesse falar todos os palavrões."


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