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FREE JAZZ FESTIVAL
Jamiroquai estrela a terceira noite do evento
CASSIANO ELEK MACHADO
da Redação
Com uma quase voz de Stevie
Wonder e chapéus semelhantes
aos do "clube do búfalo" de Fred
Flinstone, Jason Kay, o líder da
banda Jamiroquai, é a maior estrela da terceira noite do Free Jazz.
Foram necessárias apenas 48 horas de venda de ingressos para o
show do sexteto inglês para que o
Palace anunciasse o esgotamento
dos bilhetes. Essa tem sido a trajetória do Jamiroquai.
Um dos estandartes do grupo é o
seu próprio nome. Sua página oficial na Internet (www.jamiroquai.co.uk) coloca entre as questões mais frequentes dos fãs o significado da palavra de dez letras.
Na versão corrente, Jamiroquai é
a fusão de "jam", termo que designa um encontro informal para
tocar jazz, com iroquai, tribo de
índios nativos americanos (note
também a semelhança com o nome do líder da banda).
Apesar do nome e do visual esquisitos, o Jamiroquai não tem
uma sonoridade particularmente
estranha.
Pelo contrário, os "jamiroqueses" chamam a atenção justamente
pela capacidade olímpica de assimilar influências -o site referido
acima lista 29 artistas, ou bandas,
citados por eles publicamente como inspiradores, de Frederic Chopin a Marvin Gaye.
Como abertura para o grupo de
Jason Kay, o Free Jazz convidou
uma estrela afim. Erykah Badu não
é admiradora de Chopin, mas cultua igualmente nomes como Stevie
Wonder e Marvin Gaye.
Escolada em literatura, em particular em poesia, Badu é quem assina todas -menos uma- das faixas de "Baduizm", seu disco de
estréia -já lançado por aqui.
Algumas quadras adiante, em
Moema, no Bourbon Street, o Free
Jazz prossegue seu veio propriamente jazzístico.
O quarteto do saxofonista (alto,
tenor e soprano) Donald Harrison
abre os trabalhos com sonoridades
jazzísticas tão elásticas quanto as
referências pop do Jamiroquai.
Com o fraseado ágil descendente
do bebop, Harrison desafia os que
procuram carimbá-lo com um estilo. Em seu currículo, "Duck"
Harrison traz a honra de ter substituído Branford Marsalis no prestigiado grupo Jazz Messengers, do
legendário baterista Art Blakey.
Depois do quarteto de Harrison,
o Bourbon recebe o piano de Danilo Perez, um dos grandes discípulos de Thelonious Sphere Monk.
Panamenho, Perez já gravou até
um disco em tributo ao maior pianista do bebop. "PanaMonk" foi
recebido com quatro estrelas e
meia pela revista "Down Beat"
-de cinco possíveis.
O último astro da noite é, de todas as atrações do festival, o que
levou o jazz mais longe.
Pharoah Sanders foi personagem
importante de todas as vanguardas
jazzísticas dos anos 60 para cá, em
especial do free jazz, de quem é
considerado o maior expoente depois de Ornette Coleman.
Sanders, parceiro histórico de
John Coltrane, brigou ao longo da
carreira com aqueles que o chamavam de "maldito".
Veja a programação completa do Free Jazz no canal música do UOL
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