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São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2003

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ILUSTRADA

Diretor mostrou nádegas em estréia de peça

Gerald Thomas será ouvido hoje pela Justiça do Rio por ato obsceno

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor teatral Gerald Thomas será ouvido hoje, às 14h, pelo juiz Antonio Nascimento Amado, do 2º Juizado Especial Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio. Ele foi indiciado por ato obsceno por mostrar as nádegas para a platéia após ser vaiado na estréia da peça "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal, no dia 17 de agosto.
O inquérito foi aberto dois dias após a estréia por ordem do chefe de Polícia Civil do Rio, Álvaro Lins. O delegado Leonardo Salgado, da 5ª DP (Delegacia de Polícia), que presidiu o inquérito, decidiu indiciar o diretor após colher o depoimento de Thomas, do elenco e de testemunhas.
Na primeira audiência, em 28 de agosto, Thomas não aceitou a pena alternativa de cinco salários mínimos em favor de uma instituição beneficente. Ele alegou ao juiz Amado que não cometera o crime de ato obsceno.
O diretor diz esperar que o caso seja analisado pelo Supremo Tribunal Federal. "Meu advogado entrará amanhã [hoje] com um habeas corpus preventivo. Se der certo, graças a Deus o caso será analisado pelo Ministério Público e enviado ao STF, em Brasília. Se não der, posso pegar de três meses a quatro anos de prisão."
"É um julgamento ideológico. Não é a bunda em si, mas tudo por que eu passei. O processo de ensaio inteiro já foi um corte atrás do outro", diz o diretor.
O escritor Zuenir Ventura redigiu um manifesto, datado de 18 de setembro último e assinado por Fernanda Montenegro, Caetano Veloso e mais 20 pessoas, em que critica a decisão de levar Thomas a julgamento.


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