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ILUSTRADA
Diretor mostrou nádegas em estréia de peça
Gerald Thomas será ouvido hoje pela Justiça do Rio por ato obsceno
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor teatral Gerald Thomas será ouvido hoje, às 14h, pelo
juiz Antonio Nascimento Amado,
do 2º Juizado Especial Criminal
do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio.
Ele foi indiciado por ato obsceno
por mostrar as nádegas para a
platéia após ser vaiado na estréia
da peça "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal, no dia 17 de agosto.
O inquérito foi aberto dois dias
após a estréia por ordem do chefe
de Polícia Civil do Rio, Álvaro
Lins. O delegado Leonardo Salgado, da 5ª DP (Delegacia de Polícia), que presidiu o inquérito, decidiu indiciar o diretor após colher o depoimento de Thomas, do
elenco e de testemunhas.
Na primeira audiência, em 28
de agosto, Thomas não aceitou a
pena alternativa de cinco salários
mínimos em favor de uma instituição beneficente. Ele alegou ao
juiz Amado que não cometera o
crime de ato obsceno.
O diretor diz esperar que o caso
seja analisado pelo Supremo Tribunal Federal. "Meu advogado
entrará amanhã [hoje] com um
habeas corpus preventivo. Se der
certo, graças a Deus o caso será
analisado pelo Ministério Público
e enviado ao STF, em Brasília. Se
não der, posso pegar de três meses a quatro anos de prisão."
"É um julgamento ideológico.
Não é a bunda em si, mas tudo
por que eu passei. O processo de
ensaio inteiro já foi um corte atrás
do outro", diz o diretor.
O escritor Zuenir Ventura redigiu um manifesto, datado de 18 de
setembro último e assinado por
Fernanda Montenegro, Caetano
Veloso e mais 20 pessoas, em que
critica a decisão de levar Thomas
a julgamento.
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