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Para Malkovich, longa é "decisão comercial"
DO ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES
Como se suas feições e seu ar
naturalmente exóticos não
bastassem, John Malkovich se
senta à mesa durante a série de
entrevistas vestindo um paletó
verde, quadriculado, de flanela.
É também o único de gravata
(ferrugem). Acredite: pelo menos na aparência, você não ia
querer ser John Malkovich.
O próprio ator, aliás, não recomenda a experiência. "Você
não ia gostar", diz, respondendo como é ser ele, pergunta inspirada pelo título do filme que
catapultou sua imagem, "Quero Ser John Malkovich".
Como seu parceiro de filme
Hopkins, Malkovich ostenta
uma postura despreocupada
para justificar sua incursão pelo mundo dos blockbusters como "A Lenda de Beowulf".
"Não penso muito nisso, talvez seja uma forma de defesa.
Enquanto for isso o que as pessoas querem ver, haverá mercado para esses filmes."
O ator não tenta, como costuma acontecer neste tipo de entrevista, dourar a pílula defendendo supostos méritos artísticos da obra.
"Quando eu era criança, produções desse tipo eram classificadas como filmes B. Hoje são
tipo A. Mas não tenho preconceito contra nenhum gênero, já
fiz todos, inclusive no teatro.
Esse tipo de coisa é uma decisão comercial e eu lido bem
com isso. Quando escolho um
filme de Manoel de Oliveira
[fez "Um Filme Falado'] não é
uma decisão comercial."
Por fim, refuta a imagem de
ator de obras "sérias". "Não tenho como objetivo fazer filmes
de arte que colocam as pessoas
num estado vegetativo."
(MAC)
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