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Livro traz maior registro do Joy Division em fotos
Lançamento tem pouco mais de 200 imagens da banda britânica, um dos grandes nomes do gênero pós-punk
Obra lançada apenas nos EUA acompanha a trajetória do grupo de Manchester e tem fotos icônicas feitas em 1979
CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO
Em 6 de janeiro de 1979, o
fotógrafo inglês Kevin Cummins, então com 25 anos, foi
chamado para fotografar algumas bandas da cena que
se formava em Manchester
para a revista "NME".
Apesar da pouca idade, ele
guardava um trunfo: era amigo de praticamente todos os
grupos da cidade. "Era uma
cena muito pequena", disse
Cummins à Folha.
"Éramos tão ingênuos e
Manchester era um lugar do
qual as pessoas queriam fugir. Depois do show de Iggy
Pop com Bowie, em março de
1977, tudo mudou", lembra.
Uma cena independente
se formou em torno do selo
Factory, do qual o Joy Division fazia parte. "Eles eram
só garotos aprendendo, ninguém os conhecia."
No dia marcado para a sessão de fotos, um sábado, porque "eles não queriam faltar
no trabalho", ele nem imaginava que faria história.
"Mas eu estava consciente
de que fazia parte do processo de mitificação da banda.
Então, nunca publiquei fotos
de Ian [Curtis] sorrindo, porque eu não queria que eles
aparecessem assim."
O fotógrafo ganhava pouco mais de R$ 15 por foto que
vendia. "Não podia gastar filme e ainda não tinha a foto
que eu queria", explica.
"Eles estavam brincando e
dando risada, tentando fazer
Ian rir, porque ele queria parecer "cool". Toda vez que ele
sorria, eu dizia: "pare"."
Quando o fotógrafo os levou para a ponte coberta de
neve, teve um clique. "Ali, tínhamos uma vista da cidade
em que a banda trabalhava."
LIVRO
Além de 200 fotos, o livro
recém-lançado por Cummins
tem imagens de manuscritos
e objetos pessoais de Curtis.
Em sequência cronológica, as imagens mostram desde os primeiros dias da banda até a morte de seu líder.
Foi somente anos depois
do suicídio de Curtis, em
maio de 1980, aos 23 anos,
que o Joy Division ganhou o
status que tem hoje de principal nome do pós-punk.
"Ficamos em choque, porque não fazíamos ideia de
que isso poderia ocorrer".
Cummins acredita que a morte de Curtis tenha sido fundamental para o sucesso da
banda. "As pessoas gostam
de uma morte trágica."
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