São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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Livro traz maior registro do Joy Division em fotos

Lançamento tem pouco mais de 200 imagens da banda britânica, um dos grandes nomes do gênero pós-punk

Obra lançada apenas nos EUA acompanha a trajetória do grupo de Manchester e tem fotos icônicas feitas em 1979

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

Em 6 de janeiro de 1979, o fotógrafo inglês Kevin Cummins, então com 25 anos, foi chamado para fotografar algumas bandas da cena que se formava em Manchester para a revista "NME".
Apesar da pouca idade, ele guardava um trunfo: era amigo de praticamente todos os grupos da cidade. "Era uma cena muito pequena", disse Cummins à Folha.
"Éramos tão ingênuos e Manchester era um lugar do qual as pessoas queriam fugir. Depois do show de Iggy Pop com Bowie, em março de 1977, tudo mudou", lembra.
Uma cena independente se formou em torno do selo Factory, do qual o Joy Division fazia parte. "Eles eram só garotos aprendendo, ninguém os conhecia."
No dia marcado para a sessão de fotos, um sábado, porque "eles não queriam faltar no trabalho", ele nem imaginava que faria história.
"Mas eu estava consciente de que fazia parte do processo de mitificação da banda. Então, nunca publiquei fotos de Ian [Curtis] sorrindo, porque eu não queria que eles aparecessem assim."
O fotógrafo ganhava pouco mais de R$ 15 por foto que vendia. "Não podia gastar filme e ainda não tinha a foto que eu queria", explica.
"Eles estavam brincando e dando risada, tentando fazer Ian rir, porque ele queria parecer "cool". Toda vez que ele sorria, eu dizia: "pare"."
Quando o fotógrafo os levou para a ponte coberta de neve, teve um clique. "Ali, tínhamos uma vista da cidade em que a banda trabalhava."

LIVRO
Além de 200 fotos, o livro recém-lançado por Cummins tem imagens de manuscritos e objetos pessoais de Curtis.
Em sequência cronológica, as imagens mostram desde os primeiros dias da banda até a morte de seu líder.
Foi somente anos depois do suicídio de Curtis, em maio de 1980, aos 23 anos, que o Joy Division ganhou o status que tem hoje de principal nome do pós-punk.
"Ficamos em choque, porque não fazíamos ideia de que isso poderia ocorrer". Cummins acredita que a morte de Curtis tenha sido fundamental para o sucesso da banda. "As pessoas gostam de uma morte trágica."


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