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CULTURA BRASILEIRA
Belém inaugura festival de boas intenções
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
Cheio de boas intenções, mas com
poucas atrações de
interesse e sem
mostra competitiva, começou ontem
em Belém do Pará o 2º Festival Internacional de Cinema da Amazônia (também chamado Festival
Fluvial).
A mostra, que vai até o dia 17 de
dezembro, exibe cem filmes e é,
na verdade, um festival de curtas.
Há apenas oito longas-metragens
entre os participantes (todos nacionais e nenhum inédito).
A programação de curtas inclui
um panorama das últimas produções nacionais, separadas por
mostras temáticas: produções
universitárias, curtas realizados
em workshops, curtas candangos
(de Brasília), curtas documentais
e experimentais, entre outras.
Destaques
Os principais destaques nessa
categoria são os filmes realizados
em workshops, segundo explica
Flávia Alfinito, uma das organizadoras do evento.
"Este ano nós estamos mostrando um curta, "Shot da Bota", que
foi realizado num workshop aqui
em Belém, com o objetivo de formar mão-de-obra local em cinematografia. E contou com 41 alunos, diretamente responsáveis
pela filmagem. Vários filmes universitários que participam são
também produções de baixo custo e que servem à essa discussão
da formação de mão-de-obra."
Função quase didática
No ano passado, também segundo Alfinito, o festival tinha
muitos filmes musicais. Nesta segunda edição, a preocupação foi a
de ampliar as mostras temáticas,
já que o evento, conforme ela afirma, "acaba tendo uma função
quase didática mesmo para o público paraense, que não tem muito acesso nem aos filmes do circuito comercial".
Dois curtas inéditos serão lançados no festival: "Dar Realidade
ao Sonho", documentário goiano
sobre a festa popular da cavalhada de Corumbá (direção de Katia
Mesel), e "Shot da Bota" (direção
de Flávia Alfinito), mistura de documentário com drama, que trata
de uma poção mágica casamenteira, uma tradição local usada
pelas mulheres e vendida no mercado do Ver-o-Peso. É feita do sexo da fêmea do peixe boto em
conserva, misturado com várias
ervas (daí a "bota" do título).
O 2º Festival Internacional de
Cinema da Amazônia também
não é tão internacional quanto indica seu nome.
De estrangeiros há apenas curtas de animação franceses e uma
mostra dos curtas do tcheco Jan
Svankmajer. Na categoria "homenagem", uma retrospectiva da
obra do diretor gaúcho Otto
Guerra.
E-mail: foradaqui@uol.com.br
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