São Paulo, Sábado, 11 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CULTURA BRASILEIRA
Belém inaugura festival de boas intenções

MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas


Cheio de boas intenções, mas com poucas atrações de interesse e sem mostra competitiva, começou ontem em Belém do Pará o 2º Festival Internacional de Cinema da Amazônia (também chamado Festival Fluvial).
A mostra, que vai até o dia 17 de dezembro, exibe cem filmes e é, na verdade, um festival de curtas. Há apenas oito longas-metragens entre os participantes (todos nacionais e nenhum inédito).
A programação de curtas inclui um panorama das últimas produções nacionais, separadas por mostras temáticas: produções universitárias, curtas realizados em workshops, curtas candangos (de Brasília), curtas documentais e experimentais, entre outras.

Destaques
Os principais destaques nessa categoria são os filmes realizados em workshops, segundo explica Flávia Alfinito, uma das organizadoras do evento.
"Este ano nós estamos mostrando um curta, "Shot da Bota", que foi realizado num workshop aqui em Belém, com o objetivo de formar mão-de-obra local em cinematografia. E contou com 41 alunos, diretamente responsáveis pela filmagem. Vários filmes universitários que participam são também produções de baixo custo e que servem à essa discussão da formação de mão-de-obra."

Função quase didática
No ano passado, também segundo Alfinito, o festival tinha muitos filmes musicais. Nesta segunda edição, a preocupação foi a de ampliar as mostras temáticas, já que o evento, conforme ela afirma, "acaba tendo uma função quase didática mesmo para o público paraense, que não tem muito acesso nem aos filmes do circuito comercial".
Dois curtas inéditos serão lançados no festival: "Dar Realidade ao Sonho", documentário goiano sobre a festa popular da cavalhada de Corumbá (direção de Katia Mesel), e "Shot da Bota" (direção de Flávia Alfinito), mistura de documentário com drama, que trata de uma poção mágica casamenteira, uma tradição local usada pelas mulheres e vendida no mercado do Ver-o-Peso. É feita do sexo da fêmea do peixe boto em conserva, misturado com várias ervas (daí a "bota" do título).
O 2º Festival Internacional de Cinema da Amazônia também não é tão internacional quanto indica seu nome.
De estrangeiros há apenas curtas de animação franceses e uma mostra dos curtas do tcheco Jan Svankmajer. Na categoria "homenagem", uma retrospectiva da obra do diretor gaúcho Otto Guerra.

E-mail: foradaqui@uol.com.br


Texto Anterior: Sons que irritam com nonsense
Próximo Texto: Notas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.