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TELEVISÃO
Crítica
"O Nome da Rosa" retém pouco das ideias do livro
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"O Nome da Rosa" (TC
Cult, 22h, 14 anos) é um filme
estranho. Ele segue de maneira
fiel a intriga do livro de Umberto Eco, mas parece reter muito
pouco de suas ideias.
Talvez a culpa não seja de
Jean-Jacques Annaud. Ou por
outra: tudo no livro é pessoal,
desde a obsessão pela Idade
Média e sua fé, pelos livros, pelas heresias. E Annaud parece
ter como preocupação central,
simplesmente, evitar que um
best-seller de papel vire um
fracasso de celuloide.
Se era isso, pode-se dizer que
o diretor mais ou menos conseguiu. Mas, ao contrário do livro, que nos familiariza com
personagens em princípio muito distantes, Annaud parece
sentir a Idade Média não como
um momento da história do
Ocidente, mas como um exotismo em si.
É claro, existe Sean Connery,
como o detetive disfarçado de
frade franciscano que peita a
Inquisição. Ele não é exótico, é
verdade, mas Sean Connery
nem que se esforçasse conseguiria ser.
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