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"Vão mostrar nu o quanto for preciso", diz Deborah Secco
Atriz conta à Folha que aprendeu "um olhar triste" com as prostitutas que visitou em SP na preparação para o papel
Para Cassio Gabus Mendes, que afirma não ter "idade para bancar o galã de Deborah", cenas de sexo foram feitas com bom gosto
DA REPORTAGEM LOCAL
Deborah Secco, 30, era a Bruna Surfistinha dos sonhos dos
produtores do longa-metragem
desde o início do projeto. Convidada, respondeu que não poderia se comprometer porque
não sabia se estaria em alguma
novela à época das filmagens.
Depois de várias garotas anônimas, quase famosas e até famosas realizarem o teste para o
papel, chegou a hora de filmar,
e os produtores voltaram a Deborah. "Estava curiosamente
de folga e aceitei", conta a atriz.
Ela afirma que estudou o papel com um preparador de
elenco e conversou com prostitutas de diferentes regiões de
São Paulo. "Fomos a casas na
Mooca e até à região da Luz,
porque ela passou por vários
pontos, o que trouxe até uma
transformação externa."
Deborah diz ter aprendido
com as prostitutas "um olhar
triste". "Foi bom para saber que
não é uma vida fácil. Elas são
corajosas, ao mesmo tempo em
que têm uma fragilidade", fala.
Ela atenua a polêmica sobre
sua nudez no longa-metragem.
"Não vejo assim como as pessoas falam. Vai aparecer quando eles precisarem mostrar.
Mas as pessoas vão se ligar mais
na emoção das cenas [de sexo]
do que no erotismo", acredita.
Cassio Gabus Mendes, 48,
que interpreta o cliente que
quer se casar com Surfistinha,
diz concordar. "Não me preocupo com as cenas de sexo nem
com a nudez, porque confio na
produção, no diretor e no bom
gosto da equipe." E dá risada:
"E eu não estou mais com idade
para me transformar em galã
da Deborah Secco".
Ele confessa que em um primeiro momento ficou assustado ao ser procurado para fazer
um filme sobre Surfistinha.
"Mas li o roteiro [de Antônia
Pellegrino] e achei muito bom.
Acho que vai dar um ótimo filme. Também fiquei impressionado ao conhecer Baldini [diretor], que é muito profissional."
Formado em rádio e televisão pela USP, o diretor leu o livro de Surfistinha antes do lançamento e fez a proposta para
comprar os direitos para o cinema. Não sabia que seu primeiro
longa teria esse "boom" midiático. "Dá um frio na barriga,
mas lutei muito para chegar ao
roteiro certo, em que eu acreditasse", afirma.
A partir de janeiro, as primeiras imagens do longa começam
a ser exibidas em publicidades
nas telas dos cinemas.
(LAURA MATTOS)
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