São Paulo, terça-feira, 12 de janeiro de 2010

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Autor diz como "Law & Order" mudou após 11/9

Clima de paranoia se reflete na série, que estreia 20ª temporada hoje no Brasil

Primeiro episódio causou polêmica com foco em tortura usada pelo governo dos EUA; programa mistura elementos policiais e legais


LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

"Law & Order" vai bater o recorde de mais longevo seriado no horário nobre norte-americano. Já foi encomendada sua 21ª temporada, que vai fazê-lo superar "Gunsmoke" (1955). Em animação, "Os Simpsons" também está no 20º ano.
Hoje, no Universal Channel brasileiro, vai ao ar o primeiro episódio da 20ª temporada. Nos tempos atuais, em que chegar a 20 capítulos já é um sucesso, causam inveja esses mais de 400 episódios, transmitidos por cerca de 150 países.
Ambientado em Nova York, o programa gira em torno de um crime investigado por detetives que depois segue para os tribunais. Desde a estreia, já conquistou seis Emmy. O canadense René Balcer, roteirista e produtor-executivo da série, está entre os culpados pelo sucesso. Em entrevista a jornalistas da América Latina, diz que o segredo está nas histórias. "São comoventes.
Não nos prendemos nos personagens principais. Afinal, após 20 anos, o que mais poderíamos dizer deles?", brinca. Na nova fase, ele diz que a série investirá em histórias pessoais. Dá o exemplo da supervisora Anita van Buren (S. Epatha Merkerson), que vai ser mãe.

Tortura
Também traz uma estreia polêmica, sobre o uso de tortura pelo governo dos EUA, quando um veterano de guerra é encontrado morto. Investigando o caso, os detetives percebem que as memórias do conflito afetaram a vítima. Alguém se lembrou de Abu Ghraib?
"O seriado não tem uma orientação política. Recebemos críticas de todos os lados. Essa estreia nos rendeu acusações de marxistas a traidores. Por outro lado, também recebemos aplausos pela honestidade. Estamos deixando todos raivosos. Então acho que estamos fazendo um bom trabalho", diz.
Balcer escreveu dez temporadas, saiu para lançar a franquia "Criminal Intent" e voltou há três anos. Fazer a série evoluir era uma preocupação. "Criamos "Law & Order" quando havia uma guerra contra as drogas em Nova York. Tinha um anseio por mostrar isso.
Depois, a cidade mudou. Aquela guerra acabou. Os jovens delinquentes estavam velhos." Outro evento maior determinou mais mudanças: o 11 de Setembro. "Após o ataque, temos 20 mil câmeras. Há paranoia e insegurança no ar. Queremos refletir isso. As pessoas sempre olham para cima quando um avião voa um pouco mais baixo.
Esse clima está no programa." O roteirista conta que ninguém imaginava que a série faria sucesso. "Trabalhei em 13 capítulos; esperava que chegasse a 20. O resto foi surpresa." Ele diz que, após o décimo ano, as coisas ficaram mais fáceis: "Assinamos um contrato por outros cinco anos. Mesmo assim, a 20ª foi complicada de fechar. Já a 21ª foi tranquila".


LAW & ORDER

Quando: ter., às 22h, no Universal Channel; estreia hoje, às 22h
Classificação: 14 anos




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