São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 2006

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FILMES

TV ABERTA

Humor sobressai em "Duro de Matar 3"

Duro de Matar 3 - A Vingança
SBT, 20h30.    

(Die Hard with a Vengeance). EUA, 1995, 131 min. Direção: John McTiernan. Com Bruce Willis, Samuel L. Jackson, Jeremy Irons. Em seu terceiro dia problemático (e terceiro filme), o policial McClane (Willis) tem a parceria do relutante Zeus Carver (Jackson) e a ação se expande por Nova York. Mas o filme é desequilibrado. Os momentos de humor são os melhores e interessam. Os de ação primam pela banalidade. Importam mais os primeiros.

Ação Direta
Record, 20h30.  

(Direct Action). Canadá, 2004, 97 min. Direção: Sidney J. Furie. Com Dolph Lundgren, Polly Shannon, Donald Burda. É a tal história: policial honesto em meio a policiais corruptos, Dolph Lundgren passará por momentos não muito agradáveis até desmascarar a bandidagem.

A Mão
SBT, 0h30.   

(The Hand). EUA, 1981. Direção: Oliver Stone. Com Michael Caine, Andrea Marcovicci, Annie Mcenroe, Bruce Mcgill, Viveca Lindfors. Jon Lansdale, famoso cartunista, discutia com sua mulher no carro. Ela, então, resolve ultrapassar um caminhão, e, nesta manobra, seu marido tem a mão direita arrancada. Depois disso, Jon começa a desenvolver as habilidades artísticas com a mão esquerda. Mesmo assim, volta ao lugar do acidente e, pela força do pensamento, misteriosamente, a mão decepada ganha vida própria e começa a atacar e até matar os desafetos de Jon.

A Última Palavra
Bandeirantes, 1h  

(The Last Word). EUA, 1995, 94 min. Direção: Tony Spiridakis. Com Timothy Hutton, Joe Pantoliano, Richard Dreyfuss. Jornalista escreve livro sobre a Máfia que faz inesperado sucesso e chama a atenção, inclusive, dos chefões de Hollywood. Para desgraça de seu autor (Hutton), também chama a atenção dos chefões da Máfia.

Caçadores do Desconhecido
SBT, 2h15.  

(Shadow Chasers). EUA, 1985, 100 min. Direção: Kenneth Johnson. Com Dennis Dugan, Trevor Eve, Nina Foch. Antropólogo alia-se a jornalista para investigar fenômenos sobrenaturais que atingem a cidade após a morte de um físico num incêndio muito pouco esclarecido. Feito para TV.Só para SP.

A Última Grande Aventura
SBT, 4h15.   

(Last Great Ride). EUA, 1998, 90 min. Direção: Ralph Portillo. Com Ernest Borgnine, Eileen Brennan. Um garoto e a namorada investigam velha casa onde mora o endividado Borgnine. Descobrem um tesouro que salva o homem e, de passagem, o aproximam da avó do garoto. Aventura familiar. Só para SP. (IA)


Até o fechamento desta edição, a Globo não havia divulgado os filmes exibidos no domingo.

TV PAGA

"Invasões" obscurece espírito de 68

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Já que a cinefilia é a arte de discordar sem criar inimizades, aqui vai: "As Invasões Bárbaras" (Telecine Cult, 0h10) me parece um dos filmes mais equivocados dos últimos anos.
A todo instante escuto, constrangido, que se trata de um filme magnífico, mas me pergunto se não se trata apenas de um filme que sabe com maestria jogar poeira nos olhos de seus espectadores.
Raciocinemos: existem hoje duas categorias de espectadores, os que passaram por 1968 e os que não passaram. Os primeiros de certa forma alimentam-se do mito de sua revolta, de uma revolta que por inúmeros motivos não passa pela cabeça da garotada de hoje promover.
A revolta de que fala "As Invasões Bárbaras" não implica sofrimento e muito menos desespero. Não há erro nem errância. O espectador pode fazer até uma experiência e sintonizar, alternadamente, o "Meteorango Kid", de André Luiz de Oliveira, que o Canal Brasil mostra mais ou menos ao mesmo tempo (a partir de 23h35) e que foi feito na época, para perceber que a coisa não foi assim toda essa sopa.
Nas "Invasões" existe um doente terminal, Rémy, que blasfema contra uma freira, reúne os amigos no leito de morte e despreza o filho careta. Em "Meteorango", um jovem estudante anda de cá pra lá e, a horas tantas, visualiza um Cristo crucificado que poderia ser ele mesmo. Rémy tem o discurso satisfeito dos que sabem. O "Meteorango Kid" não sabe nada. Ele busca.
Então, o espírito de 68 está nesse cara que não sabe, mas que busca, me parece que está em "Meteorango Kid", enquanto o Rémy de "As Invasões Barbaras" ostenta o discurso do saber instalado, universitário e confortável. O que era o antipoder em 68 é o poder nos anos 2000. Essa é a história, ou pelo menos como eu a vejo.


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