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Britânico levou moda ao nível da criação artística
ALCINO LEITE NETO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
A morte precoce de Alexander McQueen, aos 40 anos,
acontece no exato momento
em que começam os desfiles de
outono-inverno dos EUA e da
Europa. É um fato devastador
para o meio da moda e vai cobrir de luto a temporada.
McQueen foi um dos melhores estilistas que surgiram nos
últimos 50 anos. Perfeccionista, intransigente e intranquilo,
era também um dos raros nomes que tratavam a moda como
algo mais do que artesanato e
comércio: poderia ser um ramo
da criação artística.
Foram muitos os momentos
de impacto das apresentações
de McQueen, que recorriam
com frequência à linguagem
teatral e aos recursos tecnológicos. Um deles: a aparição de
Kate Moss em uma imagem holográfica no final do desfile do
inverno de 2006. Naquele instante, a relação entre a moda e a
imagem, entre o corpo e o fantasma, encontrou sua síntese.
Formado na linhagem de alfaiataria mais rigorosa do mundo, a britânica, McQueen confeccionava roupas com a precisão de um ourives. A esse trabalho, acrescentava conhecimento histórico da moda e uma
criatividade descomunal, capaz
de combinar os requintes da alta-costura com o estilo contemporâneo, a manufatura
com a tecnologia mais avançada, o desejo antiquado de luxo
com as idiossincrasias do pop e
as blasfêmias do underground.
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