São Paulo, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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Britânico levou moda ao nível da criação artística

ALCINO LEITE NETO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

A morte precoce de Alexander McQueen, aos 40 anos, acontece no exato momento em que começam os desfiles de outono-inverno dos EUA e da Europa. É um fato devastador para o meio da moda e vai cobrir de luto a temporada.
McQueen foi um dos melhores estilistas que surgiram nos últimos 50 anos. Perfeccionista, intransigente e intranquilo, era também um dos raros nomes que tratavam a moda como algo mais do que artesanato e comércio: poderia ser um ramo da criação artística.
Foram muitos os momentos de impacto das apresentações de McQueen, que recorriam com frequência à linguagem teatral e aos recursos tecnológicos. Um deles: a aparição de Kate Moss em uma imagem holográfica no final do desfile do inverno de 2006. Naquele instante, a relação entre a moda e a imagem, entre o corpo e o fantasma, encontrou sua síntese.
Formado na linhagem de alfaiataria mais rigorosa do mundo, a britânica, McQueen confeccionava roupas com a precisão de um ourives. A esse trabalho, acrescentava conhecimento histórico da moda e uma criatividade descomunal, capaz de combinar os requintes da alta-costura com o estilo contemporâneo, a manufatura com a tecnologia mais avançada, o desejo antiquado de luxo com as idiossincrasias do pop e as blasfêmias do underground.


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