São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

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DEPOIMENTO

Primeira versão trazia Henry Kissinger como vilão histriônico


CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE SÃO PAULO

A estreia mundial de "Nixon na China" ocorreu em outubro de 1987 em Houston, Texas.
Mas a estreia para o mundo foi em abril do ano seguinte, em Washington, quando o CD da ópera foi posto à venda, a rede pública de TV, PBS, a mostrou para os EUA todo e políticos e diplomatas, personagens da produção, a viram pela primeira vez.
O principal, o presidente Richard Nixon, era vivo e foi convidado para o camarote presidencial da Opera House do Kennedy Center, o principal centro de artes da capital americana, batizado em homenagem ao homem que o derrotou na eleição presidencial de 1960.
Nixon recusou a honraria. Ele estava consolidando o lento processo de reabilitação de sua imagem pública, devastada após a renúncia no ápice do escândalo Watergate; provavelmente temia ser ou vaiado ou friamente recebido pela audiência da liberal Washington.
Dizia-se que o ex-presidente também receava ter sido caracterizado de maneira sarcástica ou excessivamente crítica.
Mas ele é tratado com respeito. O papel de vilão foi para Henry Kissinger, que não compareceu nem à estreia em Washington, 23 anos atrás, nem ao ensaio final da montagem de Nova York, na semana passada.
Na noite de 26 de março de 1988, muitos na audiência riram com gosto com a representação histriônica de Kissinger. Mas alguns saíram antes do final, não por terem se ofendido com alusões a políticos, mas porque não gostaram muito da música.
Já os cenários foram um sucesso: recebiam aplausos muito mais generosos do que os dados a intérpretes, compositor e diretor.


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