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Autor acreditava ter encontrado Deus em 1974
ANTONIO ARRUDA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Entre surtos de esquizofrenia,
doses de anfetamina e experiências psicodélicas e religiosas (ele acreditava ter se encontrado com Deus em 1974), o escritor americano Philip K. Dick
(1928-82) engendrou obras literárias de ficção científica que
o colocam hoje como um dos
grandes nomes do gênero.
Em vida, o escritor não teve a
crítica nem os leitores ao seu lado; pelo contrário: muitas das
suas histórias (40 romances e
mais de 150 contos, além de ensaios) eram consideradas menores se comparadas às de outros ficcionistas do mesmo período, como diz o autor da biografia de Dick -"Divine Invasions: A Life of Philip K.
Dick"-, Lawrence Sutin.
Somente depois do filme
"Blade Runner" (1982), de Ridley Scott, inspirado no conto
"Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?", de 1968, a obra
de Dick começou a ser admirada pela crítica, consumida por
leitores de todo o mundo e utilizada como base para a produção de outros seis filmes.
A mais recente adaptação para o cinema de uma obra de
Dick é "O Pagamento", cujo
conto de mesmo título acaba
de ser lançado pela editora Record em coletânea que traz outros 11 contos do escritor.
O tempo, a realidade (ou a
falta dela), a identidade humana (ou sua anulação) são temas
recorrentes em seus livros. Visionário, Dick considerava-se
um "filósofo ficcionista", e não
um romancista, e chegou a dizer, em um "auto-retrato" escrito em 1968, que via "a mágica como ciência, e a ciência (do
futuro) como a mágica".
O PAGAMENTO - Autor: Philip K.
Dick. Lançamento: Record. Quanto:
R$ 39,90 (384 págs.).
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