São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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Depois dos hits "melhores" contos e poemas, Objetiva vai de crônicas

DA REPORTAGEM LOCAL

A mesma editora que deu origem ao neo-antologismo se prepara para sua terceira grande empreitada no gênero. Depois dos "hits" "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século" e do volume da mesma série sobre os poemas mais destacados dos últimos cem anos, a editora Objetiva acaba de fechar contrato para uma coleta de crônicas nacionais.
"As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", sem o "do século" dos projetos anteriores, ambos tocados por Italo Moricone, será organizada pelo jornalista, escritor e cronista Joaquim Ferreira dos Santos, autor do bem-sucedido "Feliz 1958 - O Ano que Não Devia Terminar" (Record).
O volume, em fase de gestação, só deverá ser lançado no final do ano, fechando a "trilogia" "As Cem Melhores" da editora. "Não escolhemos fazer uma trilogia. Fomos escolhidos por ela", diz a editora da Objetiva, Isa Pessoa.
Ela conta que a idéia das antologias, idéia do dono da editora, Roberto Feith, nasceu próxima da virada do século (daí o "cem" que virou obrigatório nas coletâneas). Nem Feith, nem Isa Pessoa ou Moricone imaginavam que o projeto pudesse render dois anos na lista dos mais vendidos.
"Acho que o segredo foi fazer uma antologia não acadêmica, mas do ponto de vista da emoção que os textos ainda causam no leitor", opina Pessoa.
O sucesso foi tamanho que, além de gerar um livro-irmão de melhores poemas, publicado em 2001 e também grande sucesso de vendas, a coletânea inspirou um filho "bastardo".
O escritor Marcelino Freire publicou em março do ano passado o livrinho "Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século" (Ateliê Editorial), com uma centena de minicontos de, no máximo, 50 letras. O projeto gráfico "homenageou" a capa dos livros da Objetiva (que será mantido em "As Cem Melhores Crônicas...").
Para apresentar o projeto, Freire também chamou o mesmo organizador dos livros da Objetiva. Moricone recebeu a incumbência (e cumpriu) de escrever uma introdução ao livro em 50 palavras.
Alguns autores participaram da antologia de contos e da de minicontos, caso do onipresente Moacyr Scliar. Mas poucos são os privilegiados que estão nas seletas de contos, de poesias e que estarão ainda no volume de crônicas.
São os casos de Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Além deles, estarão os "incontornáveis". Segundo Ferreira dos Santos, que ainda começa a trabalhar na seleção dos textos, são eles Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, João do Rio, Lima Barreto, Carlinhos Oliveira, Clarice Lispector e Antonio Maria. O resto da escalação dos "crônicos" só deve sair no segundo semestre. (CEM)

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