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Depois dos hits "melhores" contos e poemas, Objetiva vai de crônicas
DA REPORTAGEM LOCAL
A mesma editora que deu origem ao neo-antologismo se prepara para sua terceira grande empreitada no gênero. Depois dos
"hits" "Os Cem Melhores Contos
Brasileiros do Século" e do volume da mesma série sobre os poemas mais destacados dos últimos
cem anos, a editora Objetiva acaba de fechar contrato para uma
coleta de crônicas nacionais.
"As Cem Melhores Crônicas
Brasileiras", sem o "do século"
dos projetos anteriores, ambos
tocados por Italo Moricone, será
organizada pelo jornalista, escritor e cronista Joaquim Ferreira
dos Santos, autor do bem-sucedido "Feliz 1958 - O Ano que Não
Devia Terminar" (Record).
O volume, em fase de gestação,
só deverá ser lançado no final do
ano, fechando a "trilogia" "As
Cem Melhores" da editora. "Não
escolhemos fazer uma trilogia.
Fomos escolhidos por ela", diz a
editora da Objetiva, Isa Pessoa.
Ela conta que a idéia das antologias, idéia do dono da editora, Roberto Feith, nasceu próxima da virada do século (daí o "cem" que
virou obrigatório nas coletâneas).
Nem Feith, nem Isa Pessoa ou
Moricone imaginavam que o projeto pudesse render dois anos na
lista dos mais vendidos.
"Acho que o segredo foi fazer
uma antologia não acadêmica,
mas do ponto de vista da emoção
que os textos ainda causam no leitor", opina Pessoa.
O sucesso foi tamanho que,
além de gerar um livro-irmão de
melhores poemas, publicado em
2001 e também grande sucesso de
vendas, a coletânea inspirou um
filho "bastardo".
O escritor Marcelino Freire publicou em março do ano passado
o livrinho "Os Cem Menores
Contos Brasileiros do Século"
(Ateliê Editorial), com uma centena de minicontos de, no máximo,
50 letras. O projeto gráfico "homenageou" a capa dos livros da
Objetiva (que será mantido em
"As Cem Melhores Crônicas...").
Para apresentar o projeto, Freire
também chamou o mesmo organizador dos livros da Objetiva.
Moricone recebeu a incumbência
(e cumpriu) de escrever uma introdução ao livro em 50 palavras.
Alguns autores participaram da
antologia de contos e da de minicontos, caso do onipresente
Moacyr Scliar. Mas poucos são os
privilegiados que estão nas seletas
de contos, de poesias e que estarão ainda no volume de crônicas.
São os casos de Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Além deles, estarão os "incontornáveis". Segundo Ferreira
dos Santos, que ainda começa a
trabalhar na seleção dos textos,
são eles Paulo Mendes Campos,
Rubem Braga, Fernando Sabino,
João do Rio, Lima Barreto, Carlinhos Oliveira, Clarice Lispector e
Antonio Maria. O resto da escalação dos "crônicos" só deve sair no
segundo semestre.
(CEM)
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