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"Pajé tecnológico" dança suas memórias no Sesc
Marcelo Gabriel leva "forças naturais" a solo multimídia
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dono de um trabalho solitário e instigante, o coreógrafo e
bailarino mineiro Marcelo Gabriel apresenta hoje e amanhã,
no Sesc Pompéia, seu novo espetáculo solo, "O Vôo da Serpente Engole o Círculo do Sol".
Gabriel surge sozinho no palco, interagindo com imagens
suas exibidas num telão, enquanto sua voz gravada recita
textos escritos por ele. Trata-se
de um ritual multimídia em
que o artista se autodenomina
um "pajé tecnológico".
"Encarno um xamã que dialoga com a essência das forças
naturais por meio de memórias. A inspiração vem, entre
outras coisas, do meu avô, que
era judeu francês e adorava mexer com ervas. E também apresento danças circulares indígenas", diz Gabriel, que estreou
no fim de 2006 o espetáculo em
Belo Horizonte, onde vive, e de
lá para cá o levou a Montreal
(Canadá), Berlim (Alemanha) e
Lisboa (Portugal).
No palco, há ainda a presença
de esculturas criadas pela mãe
do coreógrafo, a artista plástica
Carmen Diniz, que usou vassouras e chifres para representar forças masculinas e femininas. Uma miscelânea de influências que Marcelo Gabriel
diz ter resultado em sua melhor
criação desde que fundou a
Companhia de Dança Burra, há
duas décadas. "A influência da
dança no meu trabalho de ator
nunca esteve tão bem construída", finaliza.
O VÔO DA SERPENTE ENGOLE O CÍRCULO DO SOL
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel.
0/xx/11/3871-7700)
Quanto: R$ 3 a R$ 12
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