São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

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TELEVISÃO

Crítica

Kiarostami faz vingança do velho contra o novo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É estranho como, quando chegou ao Brasil, o cinema de Abbas Kiarostami não parecia decifrável senão sob a ótica do Irã, ou seja, do exotismo.
Hoje, suas produções podem ser assimiladas à vanguarda, ao conceito internacional de vanguarda, aquele que força as fronteiras do cinema, que busca o desconhecido.
"O Vento nos Levará" (Futura, 23h30; livre) é um desses acontecimentos marcantes da arte do fim do século passado.
Abbas Kiarostami havia ganhado a Palma de Ouro no Festival de Cannes por "O Gosto da Cereja".
Sentiu-se, então, à vontade para radicalizar e impregnar de humor seu filme de 1999, no qual o ritual da morte, numa pequena aldeia, tal como buscado por um grupo de jornalistas, deve ser o centro.
Mas quem devia morrer não morre. E o filme se desvia. Torna-se um filme sobre a comunicação. Sobre o celular.
Ou antes, sobre o esforço necessário para usar a engenhoca numa região distante. Não deixa de ser uma vingança do velho contra o novo.


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