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TELEVISÃO
Crítica
Kiarostami faz vingança do velho contra o novo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É estranho como, quando
chegou ao Brasil, o cinema de
Abbas Kiarostami não parecia
decifrável senão sob a ótica do
Irã, ou seja, do exotismo.
Hoje, suas produções podem
ser assimiladas à vanguarda, ao
conceito internacional de vanguarda, aquele que força as
fronteiras do cinema, que busca o desconhecido.
"O Vento nos Levará" (Futura, 23h30; livre) é um desses
acontecimentos marcantes da
arte do fim do século passado.
Abbas Kiarostami havia ganhado a Palma de Ouro no Festival de Cannes por "O Gosto
da Cereja".
Sentiu-se, então, à vontade
para radicalizar e impregnar de
humor seu filme de 1999, no
qual o ritual da morte, numa
pequena aldeia, tal como buscado por um grupo de jornalistas, deve ser o centro.
Mas quem devia morrer não
morre. E o filme se desvia. Torna-se um filme sobre a comunicação. Sobre o celular.
Ou antes, sobre o esforço necessário para usar a engenhoca
numa região distante. Não deixa de ser uma vingança do velho contra o novo.
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