São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ERIKA PALOMINO

NOVOS TALENTOS IMPÕEM MUDANÇAS

AGÊNCIAS AGITAM SKOL BEATS
Em sua terceira edição, o Skol Beats pretende reunir 40 mil pessoas no dia 20 de abril. E, enquanto o festival vai tomando conta da cidade, o tititi ocupa as conversas do povo. O assunto é o line-up. Pela importância do evento, todo mundo gostaria de participar, claro. Agências e DJs reclamam da predominância dos membros do casting de uma delas, a Hypno, na escalação dos 31 nacionais. São 19 os agenciados pela Hypno no evento, contra cinco da Eletronika, seis sem agência e um da Smartbiz. "Você olha o line-up e vê como o monopólio é ridículo. Tem muita gente de outras agências que foi injustiçada", diz a empresária Flavia Ceccato, da agência L.S.D. (Lov.e Sound DJs), que tem nove DJs e nenhum no evento. Renato Lopes, DJ e dono da SmartBiz, só tem um participando, Mau Mau. Para ele, o que está acontecendo agora "é um reflexo do mercado, que está crescendo, ficando mais competitivo". Renato também acha que "o sucesso da SmartBiz pode estar incomodando. Alguns DJs da minha agência mereciam e deveriam estar lá, como George Actv e André Juliani". Há também quem aponte a saída de Mau Mau da Hypno, em outubro de 2001, para a SmartBiz, como pivô da disputa.
Tricampeão como Melhor DJ no prêmio Melhores da Noite Ilustrada, Renato é um dos principais nomes do tecno. Tocou em 2001, mas fica de fora em 2002. "Não havia espaço para ele. É normal que artistas que tocaram em edições anteriores não toquem nesta. Há mudanças", explica o diretor artístico do festival, Luiz Eurico Klotz, que enumera ainda razões de "logística" para as escolhas e também o que chama de "fator pessoal": "É o Luiz que está fazendo. Claro que poderia ser diferente".
Luiz Eurico é "parceiro" de Paulinho Silveira, da Hypno, e de Edo van Duyn, com quem divide a sala de seu escritório, dentro do projeto Umbrella, uma provedora de serviços relacionados à música eletrônica. Paulinho fica na sala ao lado, mas, segundo Luiz Eurico, eles não são sócios. Rica Amaral, DJ de psy-trance fora do evento, reclama que "tem muita influência do Paulinho no line-up". Luiz Eurico nega.

Destinado a novos talentos da moda, a segunda edição do Amni Hot Spot terminou na última quinta-feira. E o último dia foi o melhor, com os criativos desfiles de Emilene Galende e Wilson Ranieri.
Emilene, jovial e fresca, investiu na inspiração Chapeuzinho Vermelho em interessante trabalho de texturas e silhuetas, que preserva seu estilo pessoal. Aparecem a forma do agasalho, os leggings e a malharia esperta da estilista, que com plástico na trama vira um tricô "transparente" bem especial. Delícia a estampa de cílios postiços.
Wilson, por sua vez, se mostra inteligente criador de volumes e formas, trabalhando especificamente sobre modelagem e tecido. Ele tem a sensibilidade de um artista e, numa coleção austera, mostra domínio de proporções e comprimentos -fundamental para a profissão.
Walério Araujo não desenvolveu como poderia, apesar de marcar alguns pontos. Deve trabalhar mais sua silhueta e entender melhor a moda. Observar e estudar. Quando consegue o cruzamento de seu universo pessoal com o fashion, marca verdadeiros gols, como nas estampas folk/litúrgicas ou nas peças de baralho.
O evento teve entre seus principais aspectos a presença de 35 compradores de multimarcas, em lugar de trazer só o povo fashion. Em ordem de aceitação de vendas, segundo a coordenadora Preta Nascimento, aparecem Erica Ikezili, Ranieri, Emilene e Jefferson de Assis. Agora só falta o showroom dos meninos funcionar também durante o dia, o que deve acontecer já na próxima edição. De toda forma, para todos, evento e estilistas mostram grandes avanços.


Colaborou Camila Yahn

palomino@uol.com.br

A VOLTA ELETRÔNICA DE PATRICIA MARX
A cantora Patricia Marx está de volta, com seu esperado novo "Respirar" (pela Trama). Criança musical prodígio e sensação desde a infância por sua incrível afinação, Patricia está cantando ainda melhor. O CD -agradável de ouvir, suave- tem algumas participações especiais, que resultam nos momentos mais expressivos, como "Dona Musica", e a linda bossa "E o Meu Amor". "Demais para Esquecer", com vocação pop, pode entrar direto em qualquer trilha de novela, num álbum que, em geral, mostra-se bem enamorado com o breakbeat. Por conta disso, dá até vontade de ver Patricia em outros estilos, ou outras versões.

XERXES & GILBERTO GIL
O produtor Xerxes está finalizando o álbum de seu projeto, o XRS Land, com lançamento previsto para julho. A maior novidade é a parceria que ele faz com Gilberto Gil. "Achei que a faixa "Dia de Sol" tinha a cara do Gil e tive a audácia de contatá-lo. E ele topou, para minha surpresa! A letra e o violão do Gil saíram na hora." A faixa, segundo Xerxes, está "bem afro".

COBRADOR NÃO PODE TER CABELO AZUL
O resultado da enquete lançada na semana passada nesta coluna e no site www.erikapalomino.com.br, sobre o cobrador de cabelo azul que levou um gongo em sua empresa, deu pano para mangas.
A resposta sobre o direito de alguém ter o cabelo que quiser (23%) perdeu para aqueles que acham que "alguns padrões precisam ser mantidos" (77%). Que uó! Quanto preconceito!!! De toda forma, Rodolfo Cesar manda avisar que o cabelo está desbotando e que está até combinando com o uniforme...

SP TECNO CITY
Numa festa grande como essa do Playcenter (leia nesta página), fica impossível ver tudo. Mas faça um esforço para conferir a pista de novos talentos, com a apresentação da dupla Ilya Simione e Marcio Zanzi, com seu sensacional projeto de tecno Eletric DJs. Jovens iniciantes, mas cheios de informação musical, Ilya e Marcio são amigos de loja de DJs e pistas. Eles têm enchido de energia nova o cenário tecno na cidade. E, para o povo da lenha, hoje tem também o DJ inglês Inigo Kennedy, de volta à Lôca, que para esta noite tem raio laser na pista (sempre fica bom, lá). Inigo tem vários trabalhos lançados pelo Molecular Records, do DJ e amigo Marco Lenzi, além de ter seu próprio selo, o Asymmetric. Toca ainda nesta noite a jovem revelação Murphy. E atenção para a novidade deste finde. Nesta madrugada de domingo ainda tem o novo after, Paradise, no Stereo, que saiu do Lov.e e começa mais cedo, às 2h. O promoter é Oscar Bueno, e quem toca são George Actv, André Juliani e Erik Caramelo.

HOUSE SE ESPALHA EM SÃO PAULO
É bem por isso que a cena em São Paulo atrai olhares do Brasil todo, por sua diversidade e sofisticação. Tem espaço para todo mundo. Ao mesmo tempo que a lenha (estilo mais pesado do tecno) se firma, a house (e não o house, por favor!) ganha cada dia mais adeptos, em suas mais amplas variações. Cansados da bombadeira, muitos tranceiros desaceleraram e todo um segmento de mauricinhos eletrônicos descobriu o gênero, que faz sucesso também por agradar às meninas.
Hits vocais de pista, de qualidade, tocam em estações de rádio, enquanto outro povo, este vindo do tecno, exercita-se dentro de um estilo que leva bastante influência do estilo de San Francisco, ganhando novas noites aqui e ali.
Hoje, por exemplo, o DJ americano Wyatt Earp, representante desse som, toca com entrada gratuita no SmartBiz Café, na Galeria Ouro Fino, às 19h, e no novo clube Rubi, à noite (r. Bandeira Paulista, 742, tel. 0/ xx/11/3168-7284). Terça ele toca na festa Jack, de Marcão Morcerf, no Lov.e.



Texto Anterior: What Sound
Próximo Texto: Festa: Lov.e resgata Carola e o leva para o parque
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.