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"Pacto Sinistro", de Hitchcock, é o quinto clássico da Coleção Folha
DVD e livro sobre o filme chegam às bancas no próximo domingo, 19 de abril
DA REPORTAGEM LOCAL
"Pacto Sinistro", o quinto volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema -nas bancas a
partir do próximo domingo, dia
19 de abril-, é o 14º longa-metragem do cineasta inglês Alfred Hitchcock em Hollywood
e um de seus maiores sucessos.
Hitchcock foi para os EUA
em 1940, contratado pelo produtor David O. Selznick -ainda
embalado pelo sucesso de "...E
o Vento Levou". Inicialmente,
Selznick pensou no diretor para filmar a história do naufrágio
do Titanic, mas mudou de ideia
depois de conseguir comprar os
direitos de adaptação de "Rebecca", romance de Daphne du
Marier, que Hitchcock já havia
tentado adaptar na Inglaterra,
sem sucesso.
Onze anos depois, "Pacto Sinistro" marca o encontro de
Hitchcock com outra grande
autora de livros de suspense:
Patricia Highsmith. Não foi por
acaso que o diretor se encantou
pela trama, que leu logo depois
de filmar "Pavor nos Bastidores" (1950). A trama do livro é
repleta de elementos perfeitos
para o estilo único do cineasta.
Em "Pacto Sinistro", High-
smith conta a história de Guy e
Bruno, dois homens que se conhecem por acaso em uma viagem de trem. Guy conta para
Bruno sua história, em tom de
desabafo: a ex-mulher recusa-se a assinar o divórcio, e por isso ele não consegue oficializar
seu relacionamento com Anne,
filha de um senador. Bruno reclama de seu pai, que considera
um estorvo. Aparentemente
em tom de brincadeira, propõe
que um se livre do problema do
outro. Como não haverá motivos para os assassinatos, eles
nunca seriam descobertos.
Highsmith furiosa
Sabendo que seu nome encareceria o projeto, Hitchcock,
agora sob contrato da Warner,
orientou que os direitos do livro fossem comprados sem revelar quem era o diretor.
Em pouco tempo, o contrato
foi assinado por apenas US$
750 -o que mais tarde deixaria
Patricia Highsmith furiosa. O
argumento de 65 páginas, escrito por um antigo colaborador, Whitfield Cook, ficou
pronto rapidamente. Como era
de costume, Hitchcock já tinha
o filme na cabeça, mas ainda
faltavam bons diálogos.
Começou então o processo
de escrita do roteiro -um dos
mais conturbados da carreira
de Hitchcock, como explica
com detalhes o livro que acompanha o DVD do filme nesse volume da coleção. Hitchcock
queria contratar Dashiel Hammett para a tarefa, mas, por
uma falha das secretárias da
Warner, o encontro entre os
dois não aconteceu. Quem entrou em seu lugar foi outro craque dos romances policiais que
trabalhava para Hollywood,
Raymond Chandler.
Mas Chandler se irritou com
as tentativas de Hitchcock de
controlar seu trabalho. Nas entrevistas que concedeu a Truffaut, o cineasta contou: "As coisas não andaram bem entre
nós. Eu ficava sentado do lado
dele procurando uma ideia e falava: "Por que não fazemos isso?", e ele respondia, "Bom, se
você sabe o que precisa ser feito, para que precisa de mim?'".
Depois de ver o segundo tratamento, o estúdio (a Warner)
contratou Czenzi Ormonde,
colaborador de Ben Hetch.
Esses contratempos fizeram
com que Hitchcock começasse
as filmagens ainda com o roteiro sendo escrito -algo muito
raro na trajetória de um cineasta obcecado pelo controle.
Os contratempos, porém,
não prejudicaram o filme, que
traz algumas das sequências
mais elogiadas do diretor.
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