São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2011

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Valie Export expõe seu teatro feminista em Belo Horizonte

É a primeira mostra da performer e videoartista austríaca no país

DO ENVIADO A BELO HORIZONTE

Em 1968, Valie Export saiu para a rua com uma caixa preta amarrada ao busto.
Qualquer um podia meter as mãos e tocar os seios da artista por 30 segundos, sem ver.
Essa performance, registrada em vídeo, projetou a artista austríaca como um dos maiores nomes da arte feminista do século 20, movimento que teve expressão em ações viscerais, a descoberta do corpo como suporte e o uso exaustivo das novas técnicas de registro de imagem.
Export, alcunha que copiou de uma marca de cigarros, lançou com seu teatrinho uma dicotomia que pautou sua obra, como mostra a individual agora no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, em Belo Horizonte.
No caso, dizer sem mostrar, deixar tocar sem ver, a negação da imagem como uma prática emancipada, espécie de arte do vestígio.
"Sem a imagem, pensamos no que é um signo, na codificação do corpo", diz Export à Folha. "Fiquei interessada na anatomia da voz."
Vídeos na mostra exibem as contrações musculares de uma garganta enquanto diz: "O poder da linguagem é medido pelo traço que fica mesmo bem depois do silêncio".
Nas paredes laterais, fotogramas de um vídeo esmiúçam aquela imagem, como se prolongassem sua permanência. Outra série mostra a artista em poses que mimetizam elementos arquitetônicos de prédios históricos.
"É atitude política e formal", diz. "Queria estender a arquitetura, trazendo a mulher para dentro dela."
(SM)

O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite do Itaú Cultural

VALIE EXPORT
QUANDO ter. a sáb., das 9h30 às 21h; dom., 16h às 21h; até 1º/5
ONDE Centro de Arte Contemporânea e Fotografia (av. Afonso Pena, 737, tel. 0/xx/31/ 3236-7400)
QUANTO grátis


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