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Crítica
"Tieta" reúne mitos em cidade irreal e colorida
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Uma das razões para tantas
pessoas terem se decepcionado
com "Tieta do Agreste" (Canal Brasil, 22h; 14 anos), adaptação do romance de Jorge
Amado, era a lembrança de
"Tieta", a novela produzida pela Rede Globo.
Ia-se ao filme como num
desses exercícios mais recentes, em que se vê o programa de
televisão antes e, depois, se vai
ao cinema para, em linhas gerais, confirmar o que se viu.
Ora, "Tieta do Agreste" é um
filme cheio de ressonâncias,
mas de outra espécie.
Há primeiro Tieta, a velha
dama indigna que volta para
sua cidadezinha após triunfar
no Sul e, com Tieta, chega também a atriz Sônia Braga, a estrela brasileira em Hollywood.
Aí já são dois os mitos que se
sobrepõem.
Há até Chico Anysio, mito da
própria TV, revivendo seus
personagens coronelescos.
Mas, acima de tudo, existe a
cidadezinha, irreal, limpa, colorida. O que Carlos Diegues
propõe se em "Tieta do Agreste" é a olhar o Brasil a partir de
um desfile de escola de samba
em forma de filme.
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