São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COPIÃO

Longa "Cidade de Deus" é vetado a menores de 18

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

"Consumo de drogas, extrema violência, alta tensão e desvirtuamento absoluto de valores éticos" são as "impropriedades" que a Secretaria Nacional de Justiça identificou para a exibição, a menores de 18 anos, do longa-metragem inédito "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, com co-direção de Kátia Lund.
A decisão priva Meirelles de mostrar o filme ao seu público-alvo. "Queria que a molecada pudesse vê-lo, que fosse debatido nas escolas. É impossível, depois de assistir a esse filme, achar legal ser bandido", diz.
Os produtores haviam requisitado a liberação a maiores de 14. "Cidade de Deus" é baseado no livro homônimo de Paulo Lins e relata, pelo ponto de vista de uma criança, o desenvolvimento do tráfico no morro carioca, na geração dos 70.
O lançamento no Brasil de "Cidade de Deus" -que foi exibido em maio na Seleção Oficial do Festival de Cannes- está marcado para o dia 30 de agosto.
A data escolhida tem o claro objetivo de esquentar o debate eleitoral sobre questões como o poder do narcotráfico, violência urbana e segurança pública.
O presidente Fernando Henrique Cardoso deve assistir ao longa em sessão especial na próxima sexta, dia 19.

CAMPO DE BATALHA 1

Dez procuradores federais ocuparão cargos na Ancine, segundo decisão da Advocacia Geral da União. A medida provisória que criou a Agência Nacional do Cinema prevê uma procuradoria-geral em sua estrutura. Mas o decreto que a detalhou lista cargos comissionados para só um procurador-geral e quatro coordenadores jurídicos.

CAMPO DE BATALHA 2

A procuradoria-geral da Ancine deve representá-la judicialmente e "fornecer os elementos necessários à defesa da União nos litígios decorrentes da aplicação da legislação pertinente".

CAMPO DE BATALHA 3 Circula no mercado que empresas nacionais também irão à Justiça contra a cobrança da Condecine, taxa que é a principal fonte de recursos da Ancine. Estúdios estrangeiros foram os primeiros a questioná-la judicialmente.

RECOMPENSAS DA LUTA

A estrutura da Ancine foi reforçada esta semana com a nomeação de mais seis ocupantes de cargos comissionados, entre os 80 previstos. A escolhida para assessorar um dos diretores não tem do que reclamar. Terá salário de R$ 6.210, pouco inferior ao do procurador-geral (R$ 7.452).

FATURA

Quando o quadro de cargos comissionados da Ancine estiver completo, sua folha de pagamento atingirá R$ 364.931,72.

sarantes@folhasp.com.br



Texto Anterior: Rio assiste à premiere de desenho
Próximo Texto: DVD/Lançamentos: Sonho ruim
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.