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Crítica
"Scarface" de 32 é o pai de filmes de gângsters
INÁCIO ARAÚJO
CRÍTICO DA FOLHA
O nome Scarface voltou a ficar famoso nas últimas semanas, por conta de um jogador
francês, Ribéry, com notável cicatriz no rosto. Aqui entre nós,
creio que o apelido não seria
tão óbvio assim.
Na França, onde todo mundo
ama o cinema, é quase obrigatório. Aproximar o jogador do
célebre personagem cinematográfico é uma maneira de, digamos, estetizar sua lesão, dar-lhe um sentido aceitável.
Lá, no mais, o personagem
célebre não é o interpretado
por Al Pacino, mas o original,
vivido por Paul Muni, e o filme
é "Scarface - A Vergonha uma Nação" (Turner Classic
Movies, 0h20). O filme de 1932
de Howard Hawks está para a
era dos gângsters um pouco como "No Tempo das Diligências" para o Velho Oeste.
É ali que as metralhadoras
cospem, os carros pretos roncam, os barris de bebida são
abertos para forçar o dono do
bar a comprar mais, cadáveres
são jogados na calçada como
aviso. Parece que ver este filme
é como ver todos os do gênero:
é a matriz.
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