JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

O trabalho de Paulo Laureano, titular da cátedra de enologia da Universidade de Évora, no Alentejo, não se limita apenas ao âmbito acadêmico. Além de ensinar a teoria da modelagem de vinhos, ele a aplica tanto em sua vinícola, a Paulo Laureano Vinhos, quanto assessorando outras 15 adegas daquela bela região do sul de Portugal.
No começo deste mês, no restaurante Antiquários, em São Paulo, Laureano apresentou os goles de uma das firmas que orienta: a Altas Quintas, formada por duas propriedades localizadas na Serra de São Mamede, a cerca de 600 metros de altitude -patamar respeitável para o lugar.
Dos seus vinhedos, surgem quatro exemplares. Na ala básica (os Crescendo) há um Rose 2006 de uvas aragonez, exótico, com aromas defumados mesclados com tênues frutas vermelhas (86/100) e um rubro 2005 de aragonez e trincadeira, atraente e macio em boca (87/100, ambos a R$ 68).
O par restante (os Altas Quintas, tintos da safra 2004, que agregam no corte a uva alicante bouschet) está integrado pelo Colheita, envelhecido em carvalho francês, atraente (fruta, chocolate, leve mentol) redondo e persistente (90/100, R$ 120), e pelo Reserva, de perfil similar, mas com mais estrutura tânica e madeira (gaulesa e americana) e adicionado de suave caramelo (91/100, R$ 190, todos na Decanter, tel. 0/xx/11/3074-5454).

BORBULHAS GAÚCHAS
Um espumante de corpo médio, corte de uvas riesling e semillon, com bom conteúdo de fruta, bolhas abundantes e paladar bastante equilibrado.


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