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Crítica
Em "Femme Fatale", De Palma empilha clichês
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não é fácil lembrar a trama
de "Femme Fatale" (Universal, 21h e 2h), filme de 2002
que se abre em 2001, com o
roubo de uma jóia preciosíssima em pleno Festival de Cannes, e virá a prosseguir sete
anos depois. A rigor, não chegamos ao final da história...
O que talvez mais importe,
no entanto, talvez seja outra
coisa. Desde o início, existe
uma sobreposição: a "femme
fatale" do filme, Rebecca Romijn-Stamos, vê Barbara Stanwick no final de "Pacto de Sangue" (1944). Uma espelho da
outra? Pode ser. Separadas por
cerca de 60 anos que fazem toda a diferença.
Acreditávamos em Barbara,
em sua perversidade infinita.
Ela não fazia parte do cinema,
mas da vida. Já Rebecca é um
ser de cinema, um somatório
de clichês, como o próprio filme. Como conduzi-los à vida
novamente parece ser a questão que De Palma se coloca há
alguns anos. Ou ainda: como
reencontrar a verdade que o cinema parece ter achado, e que
hoje nos escapa, como essa mulher estranha e fatal.
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