São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Crítica

Em "Femme Fatale", De Palma empilha clichês

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não é fácil lembrar a trama de "Femme Fatale" (Universal, 21h e 2h), filme de 2002 que se abre em 2001, com o roubo de uma jóia preciosíssima em pleno Festival de Cannes, e virá a prosseguir sete anos depois. A rigor, não chegamos ao final da história...
O que talvez mais importe, no entanto, talvez seja outra coisa. Desde o início, existe uma sobreposição: a "femme fatale" do filme, Rebecca Romijn-Stamos, vê Barbara Stanwick no final de "Pacto de Sangue" (1944). Uma espelho da outra? Pode ser. Separadas por cerca de 60 anos que fazem toda a diferença.
Acreditávamos em Barbara, em sua perversidade infinita. Ela não fazia parte do cinema, mas da vida. Já Rebecca é um ser de cinema, um somatório de clichês, como o próprio filme. Como conduzi-los à vida novamente parece ser a questão que De Palma se coloca há alguns anos. Ou ainda: como reencontrar a verdade que o cinema parece ter achado, e que hoje nos escapa, como essa mulher estranha e fatal.


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