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CACHÊS SUBFATURADOS
Mais famoso grupo punk participou do Close Up Festival, que pagou R$ 3 mil para banda estrangeira
Sex Pistols ganhou R$ 20 mil na Apoteose
LUIZ ANTÔNIO RYFF
enviado especial a Brasília
Punk rock não dá dinheiro. Pelo
menos comparado a outros estilos
de rock e a se acreditar no contrato
obtido pela Folha do Close Up Festival, realizado no final do ano passado no Rio e em São Paulo.
Pelo contrato do festival, produzido pela Water Brother Productions, a banda Marky Ramone &
The Intruders -do ex-baterista
do Ramones- deixou os EUA e
veio ao Brasil para faturar R$ 6 mil
(R$ 3 mil por show).
A mais importante banda de
punk da história, o Sex Pistols,
também não custou muito para os
organizadores.
Segundo o contrato, a banda inglesa, que estava há mais de 15
anos separada e apresentou no
Brasil o show da turnê de volta do
grupo, cobrou R$ 40 mil -R$ 20
mil por show, sendo R$ 14 mil para
os músicos, R$ 3.200 para os técnicos e R$ 2.800 para o produtor.
Outro expoente do punk rock, o
Bad Religion, recebeu R$ 13.200
pelas apresentações na Praça da
Apoteose, no Rio, e na Pista de
Atletismo do Ibirapuera, em São
Paulo (R$ 6.600 cada uma, sendo
R$ 5.400 para os músicos).
No documento firmado pelas
bandas, a cláusula oitava especifica que o contrato será rescindido
se, "por ordem de autoridade brasileira, forem suspensas as atividades da empresa contratante."
A Folha procurou a Water Brother para ouvir a versão da empresa. O dono da produtora, Phil Rodrigues, que mora em Miami, não
retornou as ligações.
Multa
A Folha revelou que os contratos
de shows internacionais realizados
no Brasil estão sob investigação da
Receita Federal, que suspeita de
subfaturamento e fraude fiscal.
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, afirma que o setor de jogos e diversão, como o de
shows, pode servir para lavagem
de dinheiro.
Recentemente, o fisco multou
uma empresa, a Dell'Arte, por
"omissão fiscal" relacionada à
apresentação do tenor José Carreras em Manaus. O valor da multa
aplicada foi de R$ 280 mil.
Além disso, o fisco considera que
contratos obtidos pela Folha
-entre eles o dos Rolling Stones e
o do Kiss- apresentam "valores
inexpressivos" e têm "indícios de
subfaturamento".
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