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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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PERSONALIDADE

Maior sapateador de sua geração, artista foi destaque por suas atuações na Broadway e em Hollywood

Palcos perdem a "rara presença" de Gregory Hines

JENNIFER DUNNING
DO "NEW YORK TIMES"

Gregory Hines, o suave e bem-humorado ator que, para muitos, personificava a arte do sapateado clássico nos anos 80 e 90, morreu na madrugada de sábado a caminho de um hospital, em Los Angeles. Ele tinha 57 anos.
A causa foi câncer, disse Yvette Glover, velha amiga do ator e mãe do sapateador Savion Glover, que frequentemente descrevia Hines como um mentor.
Hines começou a dançar profissionalmente na infância, mas escapou aos limites de sua arte e se tornou um ator de sucesso incomum em teatro, cinema e televisão. Em 1992, após quatro indicações, ganhou um Tony como melhor ator em musical e apresentou a cerimônia do prêmio no ano passado, com Bernadette Peters. Participou de filmes importantes, entre os quais "Cotton Club", de Francis Ford Coppola, e "O Sol da Meia-Noite", com Mikhail Baryshnikov. Estrelou uma série de televisão, "The Gregory Hines Show", na CBS, em 1997, e tinha papéis regulares nas séries "Will & Grace", da NBC, e "Lost at Home", da ABC.
Nascido em Nova York, Hines começou seu treinamento como dançarino aos três anos, com Henry LeTang, e estreou dois anos mais tarde, com seu irmão mais velho, Maurice Jr., em uma dupla conhecida como Hines Kids. Só perto dos 40 anos, disse Hines em "Gregory Hines's Tap Dance in America", um programa de televisão de 1989 para a série "Great Performances" da TV educativa norte-americana, ele começou a "relaxar e a encontrar minha verdadeira expressão". Foi naquela época, em 1978, que ele obteve seu primeiro grande sucesso na Broadway, com o musical "Eubie", pelo qual recebeu sua primeira indicação do Tony.
Ele continuou aquele sucesso com outras interpretações indicadas ao Tony em "Comin" Uptown" (1980) e em "Sophisticated Ladies" (1981) e teve papéis importantes em dois filmes naquele ano, em "A Última Loucura de Mel Brooks", e em "Wolfen", de Michael Wadleigh.
Os maiores sucessos de Hines aconteceram na Broadway, onde se estabeleceu como ator de primeira linha com sua interpretação de Morton, um gênio gélido e egocêntrico, em "Jelly's Last Jam". (Ele também ganhou um Tony pela coreografia daquele espetáculo, com Hope Clarke e Levy.) Vincent Canby, então principal crítico de cinema do "New York Times", destacou Hines em 1984 como artista notável, falando de sua "rara presença de tela" em "Cotton Club".
Hines também atuou em "Tap" (1989), "Eve of Destruction" (1991) e "The Tic Code" (1998).


Tradução Paulo Migliacci

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