São Paulo, Quinta-feira, 12 de Agosto de 1999
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ARTES PLÁSTICAS
Exposição reúne 56 obras diversas do artista que foi pintor, gravador, aquarelista e ilustrador
Dufy sintetiza modernismos no MAM

Reprodução
"Le Moulin de la Galette d'Après Renoir", quadro de 1939, do pintor Raoul Dufy, exposto no MAM


ALVARO MACHADO
especial para a Folha

O Museu de Arte Moderna de São Paulo está fazendo render a colaboração histórica que mantém desde 1948 com um de seus congêneres franceses, o Museu de Arte Moderna de Paris.
Após o panorama da arte francesa deste século, apresentado em 98, chega agora ao Ibirapuera a maior coleção já vista no Brasil de obras do pintor, gravador, aquarelista e ilustrador Raoul Dufy (1877-1953). A abertura da mostra "Raoul Dufy: O Pintor da Vida Moderna" acontece esta noite, para convidados, e amanhã para o público em geral.
Do acervo de 103 peças de Dufy no MAM de Paris, foram escolhidos pela curadora francesa, Dominique Gagneux, 32 óleos sobre tela e 24 outras obras em técnicas diversas, especialmente aquarelas. A seleção contempla todas as influências que construíram a singularidade do artista, que abordou temas festivos e paisagens exuberantes, empregando quase sempre cores brilhantes e uma pincelada dita "leve". Dufy promoveu, ainda, certo descolamento entre figuras e fundo, de efeito feérico.
Por tudo isso, chegou a ser chamado de "o artista da alegria" ou de "pintor da vida moderna". Contemplado por avalanches de encomendas, Dufy produziu grande quantidade de ilustrações, notadamente estamparia para a indústria têxtil.
A mostra do MAM-SP dá conta da evolução do artista entre vários estilos e movimentos do modernismo. Estão presentes telas que poderiam ser classificadas como impressionistas ("Falaise, a Praça da Igreja", 1901); fauvistas ("Paisagem da Provence", 1905); ou de acento cubista ("Jardim Abandonado", 1913).
Essa diversidade observa-se principalmente nas primeiras salas da mostra, montada de maneira mais ou menos cronológica. Mais não se sabe, ainda, dos critérios da curadora Gagneux, que chegou ao Brasil e deixou os verdes e azuis brilhantes de Dufy aos cuidados do MAM paulistano, indo contemplar essas cores ao vivo, nas praias do Rio.
Para destacar a influência exercida por Dufy sobre artistas brasileiros (ou residentes aqui) neste século, em especial sobre Guignard, o MAM-SP montou uma exposição paralela com 23 obras (leia texto nesta página).
Entre os destaques de Dufy na atual mostra, é impossível deixar de notar "O Jardim Abandonado" e "A Fada Eletricidade", tela de encerramento da mostra.


Mostra: Raoul Dufy, o Pintor da Vida Moderna
Onde: MAM-SP (parque Ibirapuera, tel. 0/xx/11/549-9688)
Quando: hoje, a partir das 19h (convidados); de ter. a sex., das 12h às 18h (qui. até 22h); sáb. e dom., das 10h às 18h; até 10 de outubro
Quanto: R$ 5 e R$ 2 (estudantes)
Patrocinador: Telefônica


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