São Paulo, Quinta-feira, 12 de Agosto de 1999
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Brasileiros assimilaram estilo

especial para a Folha

O Museu de Arte Moderna de São Paulo parece estar buscando paridade quantitativa entre mostras importadas e exposições brasileiras, lançando mão tanto das obras de seu próprio acervo como de outras coleções.
Essa política salutar gera agora, ao lado da mostra de 56 trabalhos de Raoul Dufy vindos de Paris, a exposição "Arte Brasileira, Século 20: Diálogos com Dufy", sob a responsabilidade do curador-chefe do MAM-SP, Tadeu Chiarelli. Os horários de visitação são os mesmos da mostra internacional.
Foram escolhidos 23 trabalhos de quatro artistas bem conhecidos: Guignard, Volpi, Ernesto de Fiori e Iberê Camargo.
Em texto de catálogo, o curador da mostra afirma que nossos modernistas nunca fizeram mais do que retrabalhar experiências quase encerradas na Europa. Dufy, que nunca se caracterizou como um pintor abstrato, "impregnou a pintura mais conservadora do período de uma aura de modernidade suficiente para ser assimilada no Brasil".
Entre as semelhanças mais evidentes entre o francês e os brasileiros, pode-se citar a suspensão entre figura e fundo, o pincel gráfico e a paleta de cores, em Guignard; as frequentes formas de bandeirolas, em Volpi; e o processo de demarcação de áreas de cor e a gestualidade, em De Fiori. Com Iberê Camargo, a transmissão é mais indireta, através da obra de Guignard, que foi mestre do pintor dos carretéis. (AM)


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