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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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"A LIGA EXTRAORDINÁRIA"

Filme é baseado em graphic novel de Alan Moore

Ótimo longa trata de visões e medo

SÉRGIO DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira vez que você deita os olhos num M1 Abrams, o maior veículo de combate do mundo, com 9,8 m de comprimento, começa a entender o porquê de os EUA serem a potência hegemônica que são. Sua mera visão amedrontava enormemente os bagdalis na Guerra do Iraque.
É sobre visões e medo que trata "A Liga Extraordinária", baseado na excelente graphic novel de Alan Moore, que se passa na virada do século 19, no auge da Revolução Industrial, quando o mundo está ampliando suas possibilidades tecnológicas. E gostando.
A visão do Nautilus, o mítico submarino do capitão Nemo, "a espada dos oceanos", inesquecível. O medo da modernidade, traduzido nos primeiros tanques, nas primeiras metralhadoras.
A pedido do serviço secreto britânico, M (Richard Roxburgh) convoca os mais notáveis heróis e anti-heróis (todos tirados da literatura) para combater Fantom, terrorista que quer provocar uma guerra mundial.
São eles: Alain Quatermain (Sean Connery), de H. Rider Haggard; o já citado capitão Nemo (Naseeruddin Shah), de Júlio Verne; Mina Harker (Peta Wilson, linda), um spin-off do "Drácula", de Bram Stoker; o Homem Invisível (Tony Curran), de H.G. Wells; Dorian Gray (Stuart Towsend), de Oscar Wilde; Dr. Jekyll/Mr. Hyde (Jason Flemyng), de Robert Louis Stevenson; e Tom Sawyer (Shane West, péssimo), de Mark Twain.
Não deixa de ser metafórica a premissa inicial do filme (que depois vai se reverter, cuidado), de que a segurança e manutenção do império repousa nas mãos de um bando de freaks. Troque os nomes dos impérios e dos esquisitões (pense em John Ashcroft, Donald Rumsfeld etc.), e o filme ganha uma atualidade insuspeita.


A Liga Extraordinária
The League of Extraordinary Gentleman
   
Produção: EUA, 2003
Direção: Stephen Norrington
Com: Sean Connery, Peta Wilson
Quando: a partir de hoje, nos cines Anália Franco, Cinemark e circuito.



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