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MÚSICA
POP
Canadense toca no último dia do Tim Festival e tem CD lançado no país
Peaches quer provocar com seu electro anti-sexista
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
De produtora de programas infantis a cantora porno-rock. De
censura livre a somente para
adultos. Isto é Merrill Nisker, 35, a
Peaches, que destilará seu electro
sexy-feminista no Tim Festival,
no Rio de Janeiro.
A ultradebochada canadense
tem seu nome escalado para o terceiro e último dia do festival, que
acontece entre 30 de outubro e 1º
de novembro, no MAM carioca.
(A programação completa sai na
próxima segunda-feira.)
Peaches chega quase simultaneamente ao seu segundo álbum,
"Fatherfucker", que estará nas lojas do Brasil em outubro. "Nem é
tanto sobre sexo. É mais sobre sexismo", diz sobre o CD. Ela falou à
Folha, de Berlim, cidade na qual
está radicada desde 2000.
Sexy ou anti-sexista, o fato é que
o electro de Peaches embala e anima tanto pistas de dança eletronicamente descompromissadas a
casas de shows ensurdecidas por
guitarras. Esse encontro está em
"Fatherfucker", principalmente
na faixa "Kick It", com vocais de
Iggy Pop.
"Iggy foi me ver tocar e depois
me ligou, dizendo que queria cantar em uma música minha. Ele
disse que era para o álbum dele,
mas falei que só aceitaria se fosse
para entrar no meu disco."
E brinca com Joan Jett, ícone do
rock feminino, na faixa de abertura, "I Don't Give a...", em que altera o histórico verso original da
canção. Jett cantava: "I don't give
a damn about my bad reputation"
("eu não ligo a mínima para a minha má reputação"). Peaches canta: "I don't give a fuck about my
bad reputation" (eu não ligo porra nenhuma para a minha má reputação). "Queria atualizar a canção e poder gritá-la nos shows."
Peaches apareceu ao mundo
-e chocou alguns- em 2000,
com seu álbum de estréia, "The
Teaches of Peaches", de temática
disco-trash e os hits "Fuck the
Pain Away" e "Set It Off".
Programa infantil
Difícil acreditar que essa mesma
Peaches, há cerca de dez anos,
produzia um programa para
crianças de três a seis anos numa
emissora de TV do Canadá.
"Realmente não gostava de como
eram feitos os programas infantis.
Nosso objetivo era explorar a
imaginação das crianças."
A mudança para Berlim mudou
a vida de Peaches. Virou (anti)musa e porta-voz feminina do
electro. "Não sou feminista.
Acham estranhas as minhas atitudes porque sou mulher."
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