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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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Justiça do Rio aceita denúncia contra Thomas por "ato obsceno"

TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Justiça do Rio aceitou ontem a denúncia de suposto "ato obsceno" apresentada pelo Ministério Público Estadual contra o diretor teatral Gerald Thomas, 49.
Na estréia de sua adaptação da ópera "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal do Rio, no dia 17 de agosto, Thomas foi vaiado e mostrou as nádegas para o público.
Uma audiência de instrução foi marcada para 11 de novembro pelo juiz Antônio Nascimento Amado, do 2º Juizado Especial Criminal do Rio. Nela, será novamente oferecida a Thomas a possibilidade de que não seja aberto processo, desde que o diretor pague cinco salários mínimos a uma instituição de caridade.
Na primeira audiência de conciliação, em 28 de agosto, Thomas recusou essa proposta e chamou de "hipocrisia" o fato de seu gesto ter se tornado caso de polícia. O inquérito contra o diretor foi aberto após pedido do chefe da Polícia Civil do Rio, Álvaro Lins, à 5ª Delegacia de Polícia.
Ontem, de Londres, Thomas disse à Folha, por telefone, que não comparecerá à audiência. "Não vou a essa porcaria. Vou ser o primeiro exilado do governo Lula. Podem me condenar", afirmou. O diretor classificou o processo como "absurdo" porque "bunda é o produto de exportação do Rio de Janeiro".
Já foram arroladas pelo Ministério Público Estadual quatro testemunhas de acusação, entre elas a secretária Estadual de Cultura, Helena Severo.
A pena prevista para "ato obsceno" é de três meses a um ano de detenção, mas pode ser aplicada também pena alternativa, como serviços comunitários.


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