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Justiça do Rio aceita denúncia
contra Thomas por "ato obsceno"
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A Justiça do Rio aceitou ontem a
denúncia de suposto "ato obsceno" apresentada pelo Ministério
Público Estadual contra o diretor
teatral Gerald Thomas, 49.
Na estréia de sua adaptação da
ópera "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal do Rio, no dia 17 de
agosto, Thomas foi vaiado e mostrou as nádegas para o público.
Uma audiência de instrução foi
marcada para 11 de novembro pelo juiz Antônio Nascimento Amado, do 2º Juizado Especial Criminal do Rio. Nela, será novamente
oferecida a Thomas a possibilidade de que não seja aberto processo, desde que o diretor pague cinco salários mínimos a uma instituição de caridade.
Na primeira audiência de conciliação, em 28 de agosto, Thomas
recusou essa proposta e chamou
de "hipocrisia" o fato de seu gesto
ter se tornado caso de polícia. O
inquérito contra o diretor foi
aberto após pedido do chefe da
Polícia Civil do Rio, Álvaro Lins, à
5ª Delegacia de Polícia.
Ontem, de Londres, Thomas
disse à Folha, por telefone, que
não comparecerá à audiência.
"Não vou a essa porcaria. Vou ser
o primeiro exilado do governo
Lula. Podem me condenar", afirmou. O diretor classificou o processo como "absurdo" porque
"bunda é o produto de exportação do Rio de Janeiro".
Já foram arroladas pelo Ministério Público Estadual quatro testemunhas de acusação, entre elas a
secretária Estadual de Cultura,
Helena Severo.
A pena prevista para "ato obsceno" é de três meses a um ano de
detenção, mas pode ser aplicada
também pena alternativa, como
serviços comunitários.
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