São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2005

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Nassar disseca o lixo da indústria

DA SUCURSAL DO RIO

Emmanuel Nassar trabalha com os restos do mundo que Frans Krajcberg combate. Enquanto o segundo defende a estabilidade da natureza, o primeiro usa chapas de metal recolhidas na periferia de Belém.
São sobras de uma realidade industrial que destrói o natural para existir e que existe para produzir matérias descartáveis.
Na mostra que inaugura hoje no Rio, o artista plástico paraense exibe 32 chapas. Coladas umas às outras, elas formam um painel propositalmente irregular.
Algumas ganharam pinturas figurativas de Nassar, outras estão cinzas como vieram ao mundo, outras estão coloridas, e há as que foram recolhidas de obras públicas ou painéis publicitários.
"Eu me interesso mais por essa cultura pop, descartável, da mídia e da publicidade, do que por aquela cultura popular revestida de uma aura sagrada", diz Nassar, 56, que explicitou seu diálogo com a pop art pintando um pedaço da logomarca da Coca-Cola em uma das chapas.
A possibilidade de ver as chapas como um todo ou peças isoladas satisfaz o artista, por causa da liberdade que dá ao espectador. Na organização que fez na galeria carioca Arte 21, ele insinua dípticos e trípticos que podem ser desmontados pelos olhares dos outros.
Para Nassar, o resultado de seu painel é um "conceito de precariedade".
Em outra sala da mesma exposição, ele mostra cinco pinturas, nove múltiplos -caixinhas em que usa pedaços de brinquedos e outros objetos- e três fotos que se assemelham a pinturas.(LFV)


Emmanuel Nassar
Quando: de hoje a 15/10
Onde: Arte 21 (av. Atlântica, 4.240/subsolo 123, Copacabana, Rio, tel. 0/xx/21/2227-7280)
Quanto: entrada franca


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