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Nassar disseca o lixo da indústria
DA SUCURSAL DO RIO
Emmanuel Nassar trabalha
com os restos do mundo que
Frans Krajcberg combate. Enquanto o segundo defende a estabilidade da natureza, o primeiro
usa chapas de metal recolhidas na
periferia de Belém.
São sobras de uma realidade industrial que destrói o natural para
existir e que existe para produzir
matérias descartáveis.
Na mostra que inaugura hoje no
Rio, o artista plástico paraense
exibe 32 chapas. Coladas umas às
outras, elas formam um painel
propositalmente irregular.
Algumas ganharam pinturas figurativas de Nassar, outras estão
cinzas como vieram ao mundo,
outras estão coloridas, e há as que
foram recolhidas de obras públicas ou painéis publicitários.
"Eu me interesso mais por essa
cultura pop, descartável, da mídia
e da publicidade, do que por
aquela cultura popular revestida
de uma aura sagrada", diz Nassar,
56, que explicitou seu diálogo
com a pop art pintando um pedaço da logomarca da Coca-Cola em
uma das chapas.
A possibilidade de ver as chapas
como um todo ou peças isoladas
satisfaz o artista, por causa da liberdade que dá ao espectador. Na
organização que fez na galeria carioca Arte 21, ele insinua dípticos
e trípticos que podem ser desmontados pelos olhares dos outros.
Para Nassar, o resultado de seu
painel é um "conceito de precariedade".
Em outra sala da mesma exposição, ele mostra cinco pinturas,
nove múltiplos -caixinhas em
que usa pedaços de brinquedos e
outros objetos- e três fotos que
se assemelham a pinturas.(LFV)
Emmanuel Nassar
Quando: de hoje a 15/10
Onde: Arte 21 (av. Atlântica, 4.240/subsolo 123, Copacabana, Rio, tel. 0/xx/21/2227-7280)
Quanto: entrada franca
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