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CINEMA / ESTRÉIAS
Crítica/"Mamma Mia!"
Adaptação com músicas do Abba cai no conservadorismo
Filme investe em atores populares e cenário paradisíaco para atrair público
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Da perspectiva do negócio, não havia como
"Mamma Mia!", que
estréia por aqui com 140 cópias, dar errado. Espectadores
fariam fila para assistir à adaptação do musical da inglesa Catherine Johnson, com músicas
do grupo sueco Abba, mesmo
que fosse em preto-e-branco e
dirigido por um cineasta de
vanguarda do Uzbequistão.
Para assegurar o êxito da
operação, no entanto, foram tomadas decisões conservadoras.
Atores populares, diretora de
prestígio no teatro britânico
(Phyllida Lloyd, em sua estréia
no cinema) e locações paradisíacas na Grécia sugerem que,
por um ingresso bem mais barato, a experiência pode ser
equivalente à de ver a peça.
Criada para aproveitar letras
do Abba, como a da canção-título, "Honey, Honey" e "Dancing Queen", a história traz
uma jovem (Amanda Seyfried)
que, sem saber quem é seu pai,
convida para a festa de casamento três ex-namorados
(Pierce Brosnan, Colin Firth e
Stellan Skarsgard) da mãe
(Meryl Streep), na esperança
de elucidar o mistério.
Da perspectiva de um musical capaz de conversar com a
tradição do gênero no cinema,
havia tudo para dar errado -e
deu. A forma desajeitada como
a câmera procura captar as coreografias, jogando os atores no
fogo, dá a impressão de que
"Cantando na Chuva" (1952),
"Amor, Sublime Amor" (1961) e
"O Show Deve Continuar"
(1979) ainda não foram feitos.
MAMMA MIA!
Produção: EUA/ Inglaterra/ Alemanha, 2008
Direção: Phyllida Lloyd
Com: Meryl Streep, Pierce Brosnan
Quando: estréia hoje nos cines Anália
Franco, Bristol, Eldorado e circuito
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos
Avaliação: ruim
NA INTERNET
www.folha.com.br/00082544
leia entrevista com a diretora e
atores
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