São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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CINEMA / ESTRÉIAS

Crítica/"Mamma Mia!"

Adaptação com músicas do Abba cai no conservadorismo

Filme investe em atores populares e cenário paradisíaco para atrair público

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

Da perspectiva do negócio, não havia como "Mamma Mia!", que estréia por aqui com 140 cópias, dar errado. Espectadores fariam fila para assistir à adaptação do musical da inglesa Catherine Johnson, com músicas do grupo sueco Abba, mesmo que fosse em preto-e-branco e dirigido por um cineasta de vanguarda do Uzbequistão. Para assegurar o êxito da operação, no entanto, foram tomadas decisões conservadoras. Atores populares, diretora de prestígio no teatro britânico (Phyllida Lloyd, em sua estréia no cinema) e locações paradisíacas na Grécia sugerem que, por um ingresso bem mais barato, a experiência pode ser equivalente à de ver a peça. Criada para aproveitar letras do Abba, como a da canção-título, "Honey, Honey" e "Dancing Queen", a história traz uma jovem (Amanda Seyfried) que, sem saber quem é seu pai, convida para a festa de casamento três ex-namorados (Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard) da mãe (Meryl Streep), na esperança de elucidar o mistério. Da perspectiva de um musical capaz de conversar com a tradição do gênero no cinema, havia tudo para dar errado -e deu. A forma desajeitada como a câmera procura captar as coreografias, jogando os atores no fogo, dá a impressão de que "Cantando na Chuva" (1952), "Amor, Sublime Amor" (1961) e "O Show Deve Continuar" (1979) ainda não foram feitos.

MAMMA MIA!
Produção: EUA/ Inglaterra/ Alemanha, 2008
Direção: Phyllida Lloyd Com: Meryl Streep, Pierce Brosnan
Quando: estréia hoje nos cines Anália Franco, Bristol, Eldorado e circuito
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos
Avaliação: ruim

NA INTERNET
www.folha.com.br/00082544
leia entrevista com a diretora e atores



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