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RUÍDO
Trama se "reajusta" em época de crise
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Crise de mercado e reajustes internos já provocam alguma turbulência na
Trama, e o front principal de
batalha é o rap. A gravadora
admite que dispensou o grupo
Camorra e que encerrou contrato de distribuição com os selos 4P (de Xis) e Sete Taças (do
Apocalipse 16).
"Musicalmente, continuo
acreditando muito no Camorra, mas houve um desgaste de
relacionamento. A gente foi
muito paternalista com eles.
Rapper da Trama tem até vale-refeição, mas sermos benevolentes não impediu que eles ficassem insatisfeitos, que quisessem que a gravadora pagasse seus aluguéis", defende-se o
presidente da gravadora, João
Marcello Bôscoli.
Ele fala do caso Xis, hoje na
Warner: "Não vou dar R$ 100
mil, R$ 150 mil de adiantamento, como diziam que estava
sendo negociado. Os números
de venda são pequenininhos,
os caras mentem muito. Falam
que venderam 50 mil cópias
quando venderam 20 mil. É
bem hipócrita Xis querer impedir nosso artista Rappin"
Hood de participar de um festival, dizendo que ele não era
independente, mas um mês
depois fechar com a Warner".
A Folha procurou Xis, mas
ele não se manifestou até a
conclusão desta edição.
No front eletrônico, vários
artistas estão em compasso de
espera, sem data marcada para
lançar CD. Bôscoli admite que
voltou atrás e não contratou o
veterano Loop B, conforme
combinado no início de 2000
("não encerramos relação, podemos fazer outro acordo no
futuro"), mas desmente que
nomes como Ramilson Maia
(com contrato vencido) e Xerxes estejam na geladeira.
"Estamos dando um respiro.
No início lançávamos tudo ao
mesmo tempo, hoje entendemos que é preciso fazer um rodízio. Provavelmente há artistas que não vão gravar mais,
mas outros novos aparecerão."
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