ALEXANDRE MATIAS
ESPECIAL PARA A FOLHA

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Depois de anos associado à música sertaneja e à vida rural, Goiás vai mostrando outro rosto. Grenade, Ratos de Porão, Wander Wildner, Prot(o), Astromato, Sonic Jr. e mais outras 30 bandas desfilam a face do atual rock independente brasileiro de hoje até domingo na capital, Goiânia.
É a sétima edição do Goiânia Noise Festival, evento que deu origem a uma geração de bandas e agitadores culturais que suam para colocar a cidade no mapa do rock brasileiro. "Entrar no mapa, ela já entrou", diz um dos principais nomes da cena, Leo Bigode, 26, organizador do festival e dono da gravadora Monstro Discos, "mas o intuito é fortalecer a cena independente nacionalmente."
A cereja deste sundae barulhento é a vinda do grupo norte-americano Nebula, o primeiro a vir ao Brasil graças somente aos esforços da cena goiana. Com isso, a cidade vem mostrando as suas armas. No festival, um terço das bandas são locais. Mechanics, Soul Rockers, Señores, Violins & Old Books, MQN, Ps&co Ataq, Lobinho e os Três Porcão, NEM, Resistentes, Crack Down, Motherfish e Hang the Superstars são bandas que nasceram nos últimos cinco anos graças à agitação cultural da cidade.

Ceará
Em Fortaleza, também é tempo de rock. Começou ontem o Ceará Music, evento no formato do Rock in Rio, com os shows distribuídos em tendas e palcos, que reúne 18 bandas pop nacionais e 18 regionais, além da dupla Sandy & Júnior (domingo). Entre as principais atrações, estão Titãs, O Rappa, Engenheiros do Havaii, Cássia Eller, Skank e Pato Fu.
Esta é a primeira vez que um evento de música pop é sediado em Fortaleza, conhecida pela tradição do forró. Mas nem entre as atrações regionais o ritmo terá espaço. Bandas como Nação Zumbi e Soul Zé dividem o show com os grupos conhecidos. E as batidas eletrônicas ganharam uma tenda onde nove DJs -entre eles, Mau Mau e Patife- se revezam.